quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Os desafios das lutas políticas

As políticas públicas denominadas de "discriminação positiva" como as cotas sociais, raciais, étnicas e de renda, quando, adotadas de forma a procurar não estigmatizar as minorias, correspondem ao quase mínimo em termos de sobrevivência e dignidade em relação aos mais carentes. Mas, as demandas sociais reprimidas são de todos aqueles que carregam o fardo e pertencem à engrenagem da subjugação da hierarquia de poder capitaneados pela divisão social e internacional do trabalho.
O desenvolvimentismo e o Estado de Bem Estar Social são ampliações das necessidades de potencializar o capitalismo ou sair do atraso, e, em alguns casos ocorre por adequação das demandas mais complexas em Estado-Nações onde o cooperativismo, quase que socialista, ocorrem em países de capitalismo conjugado com outros níveis de demanda, que abarcam a vida em um âmbito de relações que perpassa a sobrevivência física; no sentido da promoção dos prazeres do bem estar e não apenas da subsistência. Em uma ideologia baseada na alienação esquizofrênica como propor novas alternativas de combate ao capitalismo desenfreado e ao mesmo tempo sedutor, singelo e promotor da liberdade de escolha e da individualidade?
Afinal, o lassez fare encanta o imaginário, pasteuriza os fetiches e se ampliam os desejos e não coloca barreira as fruições. Até quando o capitalismo irá seduzir e cooptar os cidadãos da pequena burguesia e as relações de troca das minorias?
O socialismo ainda me parece a melhor alternativa, mas o itinerário a ser percorrido e a organização da luta deverá buscar novas formas de inserção e de apelo para tentar evitar o que o capitalismo continua fazendo, isso é, contendo a democracia através dos instrumentos que remontam aos aparelhos ideológicos da desinformação e a cooptação materialista fetichista.

Autor: Marcelo Gonçalves Marcelino

5 comentários:

  1. Lutas políticas? Aonde e quando? Quero participar também!! Ironias a parte, nem o mínimo que é a luta contra as ideologias reacionárias, encobertas pelo argumento pequeno burguês da liberdade acadêmica, está ocorrendo. O lixo deve ser combatido como Lenin e Marx combatiam: lixo é lixo, não tem nada que trazer contribuições importantes para dentro do marxismo. O marxismo não precisa de aporte oriundo de Heidegger, Arendt e outros trastes.

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  2. No caso brasileiro,os principais movimentos sociais na práxis estão travando uma luta bastante desigual contra os capitais privados como o agronegócio a CNBB, a mídia e os outros poderes instituídos do Estado. O movimento sem terra surge como uma luz de esperança contra as desigualdades, injustiças e a intolerância. Esse movimento tem uma inspiração de esquerda de raízes socialistas, assim como outros, que de forma incipiente estão se organizando. Mas, a classe média ou a pequena burguesia atomizada não tem condições teóricas e vontade política para buscar reivindicações e associações com as minorias. Ela é aliada da grande burguesia, e, deixar para os movimentos sociais, principalmente oriundos do campo ou do interior fazer a revolução ou conduzir o processo de transformação social me parece pouco, mas, talvez, seja tudo que temos.

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  4. classe trabalhadora sozinha não tem condições políticas de sair do "trade union". Então, achar que um movimento camponês(?), como os sem-terra, é caminho para luta política é sonhar como Herzen e os narodnikis. Nestes termos, não concordo com o prof. Marcelo, pois a nossa tarefa continua a mesma, algo que não podemos deixar para o movimento social:
    Fazer propaganda política e combater a confusão ideológica que domina a intelectualidade brazileira; este é o papel mínimo que nos cabe nesta.

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  5. O movimento sem terra na atualidade pertence a um seleto grupo de grandes movimentos sociais em nível mundial. Mas, em compensação esse movimento não tem condições de arcar com a responsabilidade de dinamizar a sociedade brasileira no todo.Capitanear os movimentos organizados no Brasil não faz do MST um responsável único por guiar a oposição e as lutas políticas. A alienação ideológica da pequena burguesia não entendeu que as lutas políticas precisam ser guiadas pela práxis da organização coletiva. Somente organizando partidos, agremiações e colocando a mão na massa é que se pode pensar em alguma reivindicação. Alguns grupos mesmo que pouco organizados precisam pensar como conquistar espaços sociais, culturais e políticos, já que os econômicos estão concentrados nas mãos da elite. Temos que aprender com o MST e fazer a reflexão da necessidade de mudança, inclusive aquele que vos fala.

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