segunda-feira, 29 de março de 2010

Uma coletânea sobre as homenagens ao falecido jornalista e escritor Walmor Marcellino

2. em 28/09/2009 às 9:10 AM Manoel de Andrade


Obrigado, Vera Lúcia, pelo teu aceno fraterno. É realmente essa é a pergunta que todos devemos fazer diante do fenômeno da morte física. Por isso o Walmor terá que rever, nesse Mundo Maior onde agora se encontra, o seu conceito pessoal de finitude, porque há uma dimensão da vida em que os laços do coração, sublimados pelo amor ou pela legítima ideologia, se reatam na imortalidade. “Quando?”…, isso depende das atitudes mentais de cada um, de nossas ações e omissões e portando dos nossos merecimentos, por que a morte não muda ninguém e não nos torna santos, num passe de mágica.

Quanto aos que ficamos é triste dizer que, com as cinzas do Walmor incineraram-se também um poco dos nossos sonhos e das esperanças pelas quais lutamos no passado. Os velhos camaradas estão mudando de residência (como dizia, da morte, Vitor Hugo) e nos ficamos apenas com os rastros indeléveis dos seus gestos, a imagem da sua coerência e com a memória das bandeiras que empunhamos.


BLOG ZE BETO

A luz de Walmor Marcelino

25 set 2009 - 11:51

por Nelson Padrella

Tive a sorte de conhecer o Walmor. Foi nos anos 50, no Diário do Paraná. Tivemos durante essas décadas uma amizade forte. Ele ensinou muitas coisas ao soldado que eu era e ao futuro jornalista que eu seria. Não sei se ensinei alguma coisa a ele. A vida não é uma troca de experiência entre pessoas?

Agora, Walmor deixou-nos. Vai fazer falta porque todo amigo faz falta. O caminhar vai ficar mais escuro, que cada amigo que se vai é uma estrela que se apaga.

Walmor teria detestado saber que eu o estou chamando de estrela. Mas ele tinha uma luz que vi em poucas pessoas.

Hoje fiquei mais pobre. Todos ficamos mais pobres.

Walmor Marcelino, adeus

25 set 2009 - 11:26

A rádio CBN acaba de anunciar a morte do jornalista Walmor Marcelino. Segue texto enviado por um colaborador deste blog que o conhecia bem:

Walmor Marcelino era um jornalista radical. Não por sua filiação ao partido comunista e sua militância de esquerda, no período mais negro da ditadura. Mas pela férrea convicção de suas ideias progressistas, eventualmente dogmáticas.

Processado num IPM (inquérito policial-militar) da ditadura, foi preso e demitido da Assembleia Legislativa, onde era funcionário de carreira, e os jornais lhe fecharam as portas.

Homem de teatro, escreveu peças e alguns ensaios históricos, um deles sobre a guerra do contestado.

ao final das contas, foi absolvido no IPEM e readmitido na Assembleia.

Mas sempre esteve à margem. Nunca abriu mão de seus princípios. Era um personagem desconfortável para o status quo curitibano, pois sempre estava em busca da verdade.

1. -Noviski- Diz:

25 set 2009 - 14:22

Sempre venho ao seu blog para me divertir um pouco, Zé, com as bobagens de quem está no poder. Hoje fiquei muito triste ao ler esta notícia. Uma perda e tanto.

2. José Aparecido Fiori Diz:

25 set 2009 - 14:59

Grande Walmor!

Por que você vai embora tão cedo, se viver não é preciso, preciso não é necessário, morrer já não se morre, fica-se encantado.

Perde o Jornalismo, a Literatura, o Poeta, o Conselheiro e Amigo, Walmor Marcelino.

José Aparecido Fiori

3. Tarquinio Diz:

25 set 2009 - 15:46

acabei de acessar o site da Assembleia: nem uma mísera linha sobre a morte do Walmor, que foi funcionário da Casa.

a quem interessar possa, segue abaixo a matéria publicada no site do governo do Estado:

Morreu nesta sexta-feira (25), aos 79 anos, o poeta, escritor e jornalista Walmor Marcellino. Militante contra a ditadura militar nas décadas de 70 e 80, Marcelino estava internado na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba com problemas renais e cardíacos. “Walmor Marcelino foi um militante persistente, que nunca se desviou de seu caminho. Alguns o chamavam de fundamentalista, mas eu sempre entendi suas atitudes como integridade”, afirmou o governador Roberto Requião.

Marcellino será velado a partir das 15h desta sexta-feira (25) na capela 3 do Cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco. Seu corpo será cremado sábado (26), às 9h. Ele foi casado duas vezes e teve quatro filhos, um deles já falecido. Nascido em Araranguá (SC), em 1930, morou em Florianópolis, Porto Alegre e fixou residência em Curitiba. Escritor com forte atuação política, publicou mais de 30 livros, entre poesia, ficção e textos de opinião.

Na década de 70, participou do Centro Popular de Cultura em Curitiba, e de grupos de teatro da UFPR, sempre em oposição à ditadura militar. Preso político, nunca se furtou da crítica ao governo militar e das suas posições políticas. “Era um homem de extrema coragem e todos que lutaram pela democracia sabem o papel que teve este grande intelectual”, afirmou o advogado Geraldo Serathiuk, que o conheceu na década de 70, na Casa do Estudante.

“Ele foi um dos responsáveis pela reorganização do movimento estudantil e sindical durante a ditadura militar e um grande orientador para minha geração”, contou Serathiuk. Marcellino trabalhou em diversos órgãos de comunicação, entre eles a Gazeta do Povo e o jornal Última Hora, e também na Assembleia Legislativa do Paraná e no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

“Ele era um dramaturgo, repórter policial de alto nível e um líder da resistência durante a ditadura militar”, afirmou o jornalista Cícero Cattani, que contou que conviveu com Walmor já no início da década de 60, na redação do jornal Última Hora. “Apenas quem conviveu com ele sabe mensurar esta perda”, disse.

PROFESSOR – Segundo Cattani, uma das grandes qualidades de Walmor era a de transformar a redação em uma sala de aula. “Era um intelectual e um verdadeiro professor de jornalismo. O Paraná perde um dos seus maiores valores.”

O jornalista Luiz Geraldo Mazza, destacou a militância, tanto política quanto cultural de Walmor. “Ele foi uma pessoa de firmeza e caráter, guerreiro que participou dos movimentos importantes do nosso Estado, e um dos grandes desencadeadores do desenvolvimento cultural”, contou.

De acordo com o poeta e escritor Ewaldo Schleder, que publicou um livro a quatro mãos com Marcellino, destacou a responsabilidade do colega, mesmo com quem criticava. “Sempre polêmico, mesmo assim nunca fez uma crítica não embasada, por isso, era respeitado mesmo por aqueles que tinham posições contrárias”, afirmou.

O procurador-geral do Estado, Carlos Marés, era presidente do movimento estudantil e Walmor, um intelectual ligado aos estudantes, quando se conheceram. “Era muito respeitado, ele dirigia o Teatro do Estudante Universitário e eu ajudava na contra-regra. Era um grupo chamado de engajado, contra a ditadura e contra o capitalismo. Walmor teve uma vida muito coerente nas suas idéias e no modo de agir, isso só se vê no fim da vida.”

O jornalista Nego Pessoa comentou que as diferenças políticas entre os dois eram enormes. “Mas a nossa amizade era justamente pela ligação com a arte. Walmor era um grande conhecedor de poesia e amante do jazz”, contou. Nego Pessoa destacou os livros de poesia do amigo, segundo ele, a melhor produção de Marcellino.

O advogado Edésio Passos também conheceu Walmor na década de 60. “Era de um caráter sensacional, grande jornalista e um dos mais importantes escritores paranaenses. Autêntico e também um teatrólogo sensacional, atuou contra a ditadura militar de maneira ímpar. Ele é uma pessoa que vai ficar inscrita na nossa história”, disse.

Amadeu Geara, político e advogado, lembrou que Walmor foi um dos colaboradores na organização do MDB no Paraná. “Nunca dizia uma palavra de agrado que não fosse sincera, muito menos fazia uma crítica que não fosse fundamentada. Foi o pensador que nos auxiliou, na formação dos quadros do partido.”

4. JOSILIANO DE MELLO MURBACH Diz:

25 set 2009 - 22:36

Convivi o bastante com Walmor Marcelino pra saber do seu imenso talento e da sua capacidade de sintetizar os sentimentos de um momento. De 1988 a 1994 foram inúmeros encontros. Conversar com ele, debater idéias, nos enriquecia a cada minuto.

Mas não quero manifestar apenas a gratidão ao grande companheiro de Imprensa, mestre e amigo.

Quero lembrar que a militância dele foi vital para a história do Paraná, que ele ajudou a escrever com as tintas fortes do sacrifício pessoal.

A ele, o meu reconhecimento e aos seus amigos e parentes a certeza de que deixou um dos mais preciosos legados de honra, paixão e fé em tudo que fez.

Josiliano de Mello Murbach

Jornalista

5. nelson sabbagh Diz:

26 set 2009 - 05:42

A intelectualidade de esquerda de Curitiba perdeu seu

único representante.

E agora, quem dirá ” No pasarán ” ?

Comentários para “A luz de Walmor Marcelino”

1. ISSAC Diz:

25 set 2009 - 12:08

Zé, guardo com muito carinho todos os livros autografados pelo Walmor Marcelino.

Tive o privilégio de conhecê-lo na redação do jornal “Ultima Hora”, no início dos anos 60, no térreo do edificio Asa.

Tem razão: hoje, todos ficamos mais pobres.

Saudades!

2. Parreiras Rodrigues Diz:

25 set 2009 - 19:57

É, o quadro político e cultural paranaense que já não é tão vistoso, esmaeceu-se mais ainda. Em menos de dez dias, apagaram-se as tintas de, primeiro, Mussi, agora Walmor, com quem cinco minutos de prosa valiam mais que ano inteiro de faculdade de filosofia, de sociologia.

Walmor Marcelino

Walmor Marcelino não tinha parada. Nos últimos tempos, quando encontrava um conhecido, tirava do bolso um CD com o primeiro capítulo de seu mais novo livro, Ulciscor, obra híbrida em que misturava política, cultura e memórias dignas de um Cavaleiro da Espe¬rança. Houvesse interesse, dizia, que lhe mandassem um e-mail pedindo as demais páginas, ao custo módico de R$ 20. Deve ter sido sua única licença ao capitalismo. Walmor publicou cerca de 30 livros. Um deles, Tempo de fezes e traição, saiu nas rebarbas do golpe de 64. Logo atrás, lançou Sete de amor e violência, no qual retratou a amargura daqueles tempos. Chegou a ter uma editora própria, na qual deu a tantos a alegria do livro publicado. Perdeu dinheiro. Também se aventurou pela poesia e pelo teatro. Era do tipo que não negava uma palavra. É impossível saber quantos jovens se decidiram pelo jornalismo ao ouvi-lo ou ao saber de suas andanças como militante de esquerda. Nossa vida ficava pálida diante da dele. Foi um comunista convicto, do tipo que não perdeu a ternura, apesar dos trens que o atropelaram. No auge dos anos de chumbo, trabalhou anônimo numa funilaria no final da Av. Mateus Leme, seu disfarce para não ter apartes com o pau-de-arara. Não se pode dizer que se safou de todas as torturas das quais desviou. Perdeu empregos na imprensa, seu ganha-pão. Era sempre citado entredentes como “Walmor, o comunista.” Valêncio Xavier, ao dirigir o documentário Os 11 de Curitiba, sobre a ditadura militar, não se esqueceu do velho timoneiro. Aquela história era, sobretudo, dele. Así pasan los días. Chuva ou sol, Walmor só não deixou a rua, seu espaço de guerrilha. Era possível vê-lo na XV, nos cafés, em conversa pelas esquinas do Centro, sempre em colóquios apaixonados, pois um sujeito crente na transformação do mundo não tem direito a descanso. Trajado de jaqueta parda, botinas e sem abrir mão do cavanhaque, parecia não envelhecer. Fumava cigarros de palha. Quem teve a sorte de levar o primeiro capítulo de Ulciscor, encontrou na epígrafe uma pista sobre tamanha juventude: “Não tenho todo o tempo do mundo, mas quanto é esse tempo?”(Seth Báratro) Deixa mulher e três filhos.

Sexta-feira, aos 79 anos. Catarinense de Araranguá. Em decorrência de problemas renais e cardíacos.

* * * * *

Walmor Marcelino

Richa lamenta morte de Walmor Marcellino

O prefeito Richa lamentou a morte do escritor, poeta, dramaturgo e jornalista Walmor Marcellino, nesta sexta-feira (25). "Walmor Marcelino defendeu de forma intransigente os princípios em que acreditava", disse o prefeito.

"Como intelectual, artista ou jornalista, Walmor foi um combatente da democracia. Especialmente nos anos de chumbo da ditadura militar, quando foi perseguido, preso e processado, exatamente porque defendia a liberdade", afirmou Richa.

O prefeito lembrou que Walmor Marcellino atuou como jornalista no governo de seu pai, José Richa, que marcou a redemocratização no Paraná. Marcelino foi autor e diretor de peças de teatro e escreveu ensaios históricos e políticos, além de trabalhar em vários jornais de Curit

Morreu, na manhã desta sexta-feira (25), o poeta, escritor e jornalista Walmor Marcellino, aos 79 anos de idade. Nascido em Araranguá, Santa Catarina, Marcelino destacou-se em Curitiba na militância contra a ditadura militar, a qual levou à frente entre as décadas de 1970 e 1980. Como jornalista trabalhou em diversos meios de comunicação, entre eles o jornal Gazeta do Povo. Casado duas vezes, Marcellino teve quatro filhos, um deles já falecido.

De acordo com nota divulgada pela Agência Estadual de Notícias, órgão de notícias do governo do estado, ele estava internado na Santa Casa de Misericórdia, na capital paranaense, com problemas renais e cardíacos. Seu corpo será velado a partir das 15 horas na capela 3 do Cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco, e cremado no sábado (26), às 9 horas. Escritor com forte atuação política, publicou mais de 30 livros, entre poesia, ficção e textos de opinião. Na década de 1970, participou do Centro Popular de Cultura em Curitiba, e de grupos de teatro da Universidade Federal do Paraná. Sempre crítico à ditadura militar, chegou a ser preso político durante o regime.

Repercussão

Diversos amigos ex-colegas comentaram sua trajetória à agência de notícias do governo estadual. “Walmor Marcellino foi um militante persistente, que nunca se desviou de seu caminho. Alguns o chamavam de fundamentalista, mas eu sempre entendi suas atitudes como integridade”, declarou o governador Roberto Requião.

“Era um homem de extrema coragem e todos que lutaram pela democracia sabem o papel que teve este grande intelectual. Ele foi um dos responsáveis pela reorganização do movimento estudantil e sindical durante a ditadura militar e um grande orientador para minha geração”, disse o advogado Geraldo Serathiuk, que o conheceu na década de 1970, na Casa do Estudante.

“Ele era um dramaturgo, repórter policial de alto nível e um líder da resistência durante a ditadura militar. Apenas quem conviveu com ele sabe mensurar esta perda”, lamentou o jornalista Cícero Catani, que conviveu com Marcellino no início da década de 1960, na redação do jornal Última Hora. Segundo Catani, uma das grandes qualidades do escritor era a de transformar a redação em uma sala de aula. “Era um intelectual e um verdadeiro professor de jornalismo. O Paraná perde um dos seus maiores valores.”

O jornalista Luiz Geraldo Mazza, destacou a militância, tanto política quanto cultural de Marcelino. “Ele foi uma pessoa de firmeza e caráter, guerreiro que participou dos movimentos importantes do nosso Estado, e um dos grandes desencadeadores do desenvolvimento cultural”, contou.

“Sempre polêmico, nunca fez uma crítica não embasada, por isso, era respeitado mesmo por aqueles que tinham posições contrárias”, afirmou o poeta e escritor Ewaldo Schleder, que publicou um livro a quatro mãos com Marcellino.

O procurador-geral do Estado, Carlos Marés, era presidente do movimento estudantil quando conheceu o escritor, na época um intelectual ligado às causas dos estudantes. “Era muito respeitado, ele dirigia o Teatro do Estudante Universitário e eu ajudava na contra-regra. Era um grupo chamado de engajado, contra a ditadura e contra o capitalismo. Walmor teve uma vida muito coerente nas suas idéias e no modo de agir, isso só se vê no fim da vida.”

O jornalista Nego Pessoa comentou que as diferenças políticas entre os dois eram enormes. “Mas a nossa amizade era justamente pela ligação com a arte. Walmor era um grande conhecedor de poesia e amante do jazz”, contou. Nego Pessoa destacou os livros de poesia do amigo, segundo ele, a melhor produção de Marcellino.

“Era de um caráter sensacional, grande jornalista e um dos mais importantes escritores paranaenses. Autêntico e também um teatrólogo sensacional, atuou contra a ditadura militar de maneira ímpar. Ele é uma pessoa que vai ficar inscrita na nossa história”, disse o advogado Edésio Passos, que também conheceu Marcellino na década de 1960.

Amadeu Geara, político e advogado, lembrou que Walmor foi um dos colaboradores na organização do MDB no Paraná. “Nunca dizia uma palavra de agrado que não fosse sincera, muito menos fazia uma crítica que não fosse fundamentada. Foi o pensador que nos auxiliou, na formação dos quadros do partido”.

Postado por Equipe Palavreiros da Hora em textos com fotos. Etiquetado:escritores, filosofia, poesia, WALMOR MARCELLINO. 7 Comentários

curitiba »

25 Set

WALMOR MARCELLINO entregou as moedas para o barqueiro na manhã de hoje / pela editoria

Postado por Equipe Palavreiros da Hora em textos com fotos. Etiquetado:escritores, filosofia, poesia, WALMOR MARCELLINO. 7 Comentários

faleceu nesta manhã o jornalista, escritor, filósofo e dramaturgo WALMOR MARCELLINO. WALMOR era colunista deste site para assuntos politicos. os PALAVREIROS DA HORA rendem suas homenagens ao grande batalhador pela justiça social no planeta e com ênfase no nosso país. foi um lutador incansável contra a ditadura militar sendo preso em diversas oportunidades. nasceu em Araranguá (sc) e morou em Porto Alegre onde juntou-se ao grupo QUIXOTE de poesia. WALMOR era também editor e estimulava os novos autores, que tivessem uma visão critica e social da vida moderna, publicando, às suas expensas, diversos deles. com a Editora QUEM DE DIREITO uma das suas ultimas publicações foi a antologia Iª REUNIÃO DOS POETAS DO SUL – ” PRÓXIMAS PALAVRAS” onde participaram os PALAVREIROS manoel de andrade, jb vidal e o colaborador e artista visual nelson padrella.

desejamos fôrça à Elba, sua esposa, e aos seus familiares, para enfrentar este momento dolorido.

o velório ocorrerá na capela nº 1 do Cemitério Municipal de Curitiba a partir das 16:00 havendo a cremação amanhã as 09:00.

WALMOR MARCELLINO.

7 Respostas to this post.

1.

Publicado por Tonicato Miranda em Setembro 25, 2009 16:34 pm às 16:34 pm

Prezado editor, colegas palavreiros e demais colaboradores deste adorável “blog”,

Não conhecia pessoalmente Walmor, mas algumas das suas matérias as li aqui.

É sempre triste a despedida. É sempre uma perda de nós mesmos. Pois que somos apenas espelho.

Faço minhas as palavras do Vidal – que os entes queridos mais próximos possam suportal tal ausência.

Nossa dificuldade está nas recordações. De um livro que estou lendo extraio um pensamento

retrabalhado. Não existe futuro. O futuro é sonho. Temos apenas passado, e um presente fugidio,

que escorre a cada imagem construída. Tudo é passado. E diria, tudo é saudade.

Estou triste sim. Junto-me à tristeza dos próximos e daqueles que com ele conviveram.

Porque o mais sincero sentimento da humanidade é a tristeza, quando nos despojamos de tudo,

quando estamos nus e inteiros para amar e chorar.

TM

Responder

Publicado por manoel de Andrade em Setembro 26, 2009 0:21 am às 0:21 am

Depois de longos anos reencontrei o Walmor, no escritório publicitário no Jamil Snege, em 2002. Me convidou para participar da Antologia Poética PRÓXIMAS PALAVRAS, com ele, J.B.Vidal, Nelson Padrella, Paulo Hecker Filho, Helena Sut, Ewaldo Schleder e outros mais. Foi meu retorno à poesia depois de 30 anos de abstinência literária. Cinco anos depois, quando publiquei CANTARES, meu primeiro livro publicado no Brasil, pude imprimir, na sua segunda página, o imperecível significado da minha gratidão:

para Walmor Macelino

que marcou meu reencontro com a poesia

Publicado por solivan em Setembro 26, 2009 8:55 am às 8:55 am

Que a terra te seja leve.

Responder

Publicado por vera lucia kalahari em Setembro 26, 2009 9:43 am às 9:43 am

SEMPRE QUE DESAPARECE UM COMBATENTE PELA LIBERDADE E POR UM MUNDO MELHOR,

OS HOMENS FICAM MAIS POBRES.

OS MEUS SENTIMENTOS A SUA FAMÍLIA E SEUS AMIGOS.

VERA LUCIA

Responder

Publicado por Zuleika dos Reis em Setembro 26, 2009 11:42 am às 11:42 am

É sempre preciso saudar um Poeta, no durante de sua vida, no durante de sua viagem com o barqueiro, no depois quando, segundo a nossa certeza poética e/ou religiosa ( diversas tanto serão uma da outra?), ele do outro lado da margem e nós aqui, prosseguindo nesta jornada visível (mais real do que a outra?), muitas vezes obscura, com uma e outra luz a brilhar, aqui e ali.

Saudações

Zuleika dos Reis.

Responder

2.

Publicado por JOAO BATISTA DO LAGO em Setembro 26, 2009 13:05 pm às 13:05 pm

Meu caro irmão-poeta J.B. Vidal.

Bom dia (???)

Será mesmo um bom dia?

Que assim o seja!!!

Conheci Walmor aí em Curitiba por seu intermédio. Tivemos pouquíssimos papos, mas dos quais tivemos foram suficientes para que eu pudesse admirar a capacidade do pensamento superior que havia nele…

Lembro-me da última noite que estivemos juntos, lá no Massudas, eu, ele, você, Maneco, Mazé Mendes, entre muitos outros. Naquelas poucas horas daquela noite encetamos uma discussão filosófica… Que bela discussão! Faláramos do Ser… Do ser-ente e do enteser… Do ser-aí. Foi de fato uma bela “divagação” pelo campo da Filosofia. Foi, enfim, neste dia que comecei a admirá-lo profundamente. E devo dizer, mas não só isso, agradecer-te, meu caro Vidal, por me apresentares Walmor Marcelino.

Meu caro Vidal, diferentemente de algumas outras pessoas, lembro-me que eu e Walmor concordáramos numa questão: a única coisa que existe daquilo que entendemos por tempo ou existência é a PRESENCIALIDADE. Presencialidade que se concretiza no instante… No Aqui e Agora – um conceito da Gestalt. Frederick Perls, um gestaltiano de primeira ordem enfatizou: “O PASSADO JÁ NÃO É. O FUTURO AINDA NÃO É. PORTANTO SÓ EXISTE O AQUI E AGORA”.

Mas há um outro autor – Gaston Bachelard – que enuncia que tudo o que existe só existe no instante. Portanto, meu caro Vidal, como que retomando aquela discussão com Walmor Marcelino infiro, neste instante que, nada há para aquém ou além do instante… E este instante de saudade ficará marcado para todo o sempre… Para toda a eternidade.

Que Walmor Marcelino faça, neste instante, uma belíssima viagem…

Grande abraço a todos.

João Batista do Lago

Responder

Publicado por O Ruminante em Setembro 26, 2009 22:49 pm às 22:49 pm

Meus sinceros pêsames a todos e que o “barqueiro” aproveite a viagem ao lado do Walmor Marcelino.

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1.

Publicado por Tonicato Miranda em Setembro 25, 2009 16:34 pm às 16:34 pm

Prezado editor, colegas palavreiros e demais colaboradores deste adorável “blog”,

Não conhecia pessoalmente Walmor, mas algumas das suas matérias as li aqui.

É sempre triste a despedida. É sempre uma perda de nós mesmos. Pois que somos apenas espelho.

Faço minhas as palavras do Vidal – que os entes queridos mais próximos possam suportal tal ausência.

Nossa dificuldade está nas recordações. De um livro que estou lendo extraio um pensamento

retrabalhado. Não existe futuro. O futuro é sonho. Temos apenas passado, e um presente fugidio,

que escorre a cada imagem construída. Tudo é passado. E diria, tudo é saudade.

Estou triste sim. Junto-me à tristeza dos próximos e daqueles que com ele conviveram.

Porque o mais sincero sentimento da humanidade é a tristeza, quando nos despojamos de tudo,

quando estamos nus e inteiros para amar e chorar.

TM

2.

Publicado por manoel de Andrade em Setembro 26, 2009 0:21 am às 0:21 am

Depois de longos anos reencontrei o Walmor, no escritório publicitário no Jamil Snege, em 2002. Me convidou para participar da Antologia Poética PRÓXIMAS PALAVRAS, com ele, J.B.Vidal, Nelson Padrella, Paulo Hecker Filho, Helena Sut, Ewaldo Schleder e outros mais. Foi meu retorno à poesia depois de 30 anos de abstinência literária. Cinco anos depois, quando publiquei CANTARES, meu primeiro livro publicado no Brasil, pude imprimir, na sua segunda página, o imperecível significado da minha gratidão:

para Walmor Macelino

que marcou meu reencontro com a poesia

Responder

Publicado por solivan em Setembro 26, 2009 8:55 am às 8:55 am

Que a terra te seja leve.

Responder

Publicado por vera lucia kalahari em Setembro 26, 2009 9:43 am às 9:43 am

SEMPRE QUE DESAPARECE UM COMBATENTE PELA LIBERDADE E POR UM MUNDO MELHOR,

OS HOMENS FICAM MAIS POBRES.

OS MEUS SENTIMENTOS A SUA FAMÍLIA E SEUS AMIGOS.

VERA LUCIA

Responder

Publicado por Zuleika dos Reis em Setembro 26, 2009 11:42 am às 11:42 am

É sempre preciso saudar um Poeta, no durante de sua vida, no durante de sua viagem com o barqueiro, no depois quando, segundo a nossa certeza poética e/ou religiosa ( diversas tanto serão uma da outra?), ele do outro lado da margem e nós aqui, prosseguindo nesta jornada visível (mais real do que a outra?), muitas vezes obscura, com uma e outra luz a brilhar, aqui e ali.

Saudações

Zuleika dos Reis.

Responder

Publicado por JOAO BATISTA DO LAGO em Setembro 26, 2009 13:05 pm às 13:05 pm

Meu caro irmão-poeta J.B. Vidal.

Bom dia (???)

Será mesmo um bom dia?

Que assim o seja!!!

Conheci Walmor aí em Curitiba por seu intermédio. Tivemos pouquíssimos papos, mas dos quais tivemos foram suficientes para que eu pudesse admirar a capacidade do pensamento superior que havia nele…

Lembro-me da última noite que estivemos juntos, lá no Massudas, eu, ele, você, Maneco, Mazé Mendes, entre muitos outros. Naquelas poucas horas daquela noite encetamos uma discussão filosófica… Que bela discussão! Faláramos do Ser… Do ser-ente e do enteser… Do ser-aí. Foi de fato uma bela “divagação” pelo campo da Filosofia. Foi, enfim, neste dia que comecei a admirá-lo profundamente. E devo dizer, mas não só isso, agradecer-te, meu caro Vidal, por me apresentares Walmor Marcelino.

Meu caro Vidal, diferentemente de algumas outras pessoas, lembro-me que eu e Walmor concordáramos numa questão: a única coisa que existe daquilo que entendemos por tempo ou existência é a PRESENCIALIDADE. Presencialidade que se concretiza no instante… No Aqui e Agora – um conceito da Gestalt. Frederick Perls, um gestaltiano de primeira ordem enfatizou: “O PASSADO JÁ NÃO É. O FUTURO AINDA NÃO É. PORTANTO SÓ EXISTE O AQUI E AGORA”.

Mas há um outro autor – Gaston Bachelard – que enuncia que tudo o que existe só existe no instante. Portanto, meu caro Vidal, como que retomando aquela discussão com Walmor Marcelino infiro, neste instante que, nada há para aquém ou além do instante… E este instante de saudade ficará marcado para todo o sempre… Para toda a eternidade.

Que Walmor Marcelino faça, neste instante, uma belíssima viagem…

Grande abraço a todos.

João Batista do Lago

Responder



Publicado por O Ruminante em Setembro 26, 2009 22:49 pm às 22:49 pm

Meus sinceros pêsames a todos e que o “barqueiro” aproveite a viagem ao lado do Walmor Marcelino.

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Morre o militante de esquerda Walmor Marcelino

25 de Setembro de 2009

* O corpo do jornalista está sendo velado na capela 3 do Cemitério Municipal



Walmor Marcelino.

Morreu nesta sexta-feira (25), em Curitiba, Walmor Marcelino, que era jornalista, poeta, dramaturgo e ativista de esquerda.

Walmor fora perseguido covardemente pela ditadura militar, enfrentou processos e demissão da Assembleia Legislativa do Paraná, onde seria readmitido mais tarde.

Autor de peças teatrais, poemas e dono de texto jornalístico ácido, Marcelino tinha uma fé inquebrantável no socialismo como poucos.

Pela diferença de idade que tínhamos, convivi pouco Walmor Marcelino. Mas estivemos juntos em diversas trincheiras, onde ele sempre manifestava uma inquietude em relação ao sistema “podre e corrupto”.

O corpo de Marcelino está sendo velado nesta sexta-feira na capela 3 do Cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco, e será cremado às 9 horas de sábado.



3 Comentários on “Morre o militante de esquerda Walmor Marcelino”

1. #1 Carlos Molina

dia 25 de Setembro de 2009 às 16:03

Walmor! PRESENTE!!!!!!!

Com grande sentimento de perda recebi a notícia sobre o falecimento do coerente e digno camarada Walmor Marcellino.

Com certeza a família contará com o carinho do apoio e da presença de todos nós nesta despedida, pois o Walmor é merecedor desta uma última homenagem.

O velório será realizado no Cemitério Municipal.

Todos nós que militamos no campo das esquerdas como no campo da luta democrática temos algumas ou muitas boas recordações sobre o importante papel que este imprescindível ser humano desempenhou em prol de Curitiba, do estado, do Brasil e por toda a humanidade, já que ele em sua vida sempre foi um grande exemplo de vivenciamento do internacionalismo proletário.

O poeta Walmor sempre foi um apaixonado pela vida e a viveu com a intensidade de quem conseguiu amar a humanidade, a causa, os camaradas e os amigos, sendo que esses soube sem interesses pessoais, sem falsidades e com grande e humana honestidade conquistar.

Nunca foi homem de meias palavras na defesa das causas em que acreditava as quais dedicou com intensidade a maior parte de sua vida. Mesmo estando com idade avançada e decepcionado com os rumos do país e com a subserviência dos dirigentes populares perante tal grau de falta de rumo soberano em que se encontra o Brasil em relação ao grande capital internacional, como pelo baixo grau de prioridades do governo em relação aos interesses internos nacionais e populares.

Muitos, os “fariseus que em vida habitam sepulcros caiados” por não terem argumentos aceitamente racionais ao não poderem rebater as suas afirmações o rotulavam de tudo. Rótulos que iam desde o chamarem de arrogante, louco, sectário e até de ex-esquerda a serviço da direita, o que significou na reta final de sua vida uma calúnia absurda contra um homem que estando já doente dedicava como sempre dedicou por toda a sua vida ao debate das propostas da esquerda marxista para a humanidade como na organização de seu povo.

A muitos como eu o Walmor ensinou a questionar, a não aceitar nada que viesse pronto, como também a nos aprofundarmos na formação intelectual, já que para conviver perto dele e a debater com ele sempre tivemos que nos preocupar em aumentar o vocabulário em busca dos significados.

Discuti e divergi do Walmor dezenas ou até centenas de vezes e nem por isto ele como eu deixamos de nos relacionar ou nos respeitar enquanto camaradas, pois ele nunca foi de guardar mágoas pessoais como também nunca o vi se vitimar, pois como representante da “setentona geração de aço” era um homem de honra que nunca se permitiu vergar.

Sentimentos a todos que aprenderam a o respeitar e assim o tiveram como amigo leal!

“Sonha e serás livre de espírito… luta e serás livre na vida.”

Che Guevara

Uma lembrança do Walmor:

ESPERANÇA

Eu não sei por que não somos

desbravantes, caminheiros.

Passageiros da utopia/ mãos dadas, companheiros.

Walmor Marcellino

2. #2 Luiz Manfredini

dia 25 de Setembro de 2009 às 16:42

Na manhã de 26 de outubro de 1968, estudantes enfrentavam a PM que reprimia sua passeata no centro de Curitiba. Na esquina da Dr. Muricy com a XV, defronte a antiga Farmácia Colombo, Walmor Marcelino, com o rosto ensanguentado porque levara bordoadas da polícia, cerrava os punhos e chamava a tropa para a briga.

Com esta cena, que relembro agora, homenageio meu velho companheiro Walmor Marcelino, cuja morte acabo de saber. A cena é emblemática da vida e da luta desse intelectual fecundo e inconformado, mordaz, por vezes ranzinza, traços que manteve até agora, beirando os 80. Um guerrilheiro das idéias, poeta, dramaturgo, socialista. Homem que honrou seu tempo e sua gente.

3. #3 Luiz Fernando esteche

dia 25 de Setembro de 2009 às 18:41

O Walmor Marcelino será enterrado na cova comum dos idealistas, onde jazem aqueles que o poder não corrompeu”, como escreveu o Paulo Leminski:

“me enterrem com meu coração

na beira do rio

onde o joelho ferido

tocou a pedra da paixão”.

Nosso carinho e gratidão.



faleceu nesta manhã o jornalista, escritor, filósofo e dramaturgo WALMOR MARCELLINO. WALMOR era colunista deste site para assuntos politicos. os PALAVREIROS DA HORA rendem suas homenagens ao grande batalhador pela justiça social no planeta e com ênfase no nosso país. foi um lutador incansável contra a ditadura militar sendo preso em diversas oportunidades. nasceu em Araranguá (sc) e morou em Porto Alegre onde juntou-se ao grupo QUIXOTE de poesia. WALMOR era também editor e estimulava os novos autores, que tivessem uma visão critica e social da vida moderna, publicando, às suas expensas, diversos deles. com a Editora QUEM DE DIREITO uma das suas ultimas publicações foi a antologia Iª REUNIÃO DOS POETAS DO SUL – ” PRÓXIMAS PALAVRAS” onde participaram os PALAVREIROS manoel de andrade, jb vidal e o colaborador e artista visual nelson padrella.

desejamos fôrça à Elba, sua esposa, e aos seus familiares, para enfrentar este momento dolorido.

o velório ocorrerá na capela nº 1 do Cemitério Municipal de Curitiba a partir das 16:00 havendo a cremação amanhã as 09:00.

WALMOR MARCELLINO.

* * * * *

Morreu Walmor Marcellino



Poeta, escritor, jornalista, morreu Walmor Marcellino. Mais de 60 anos dedicados às artes, ao debate, ao combate contra todo o ranço conservador que nos cerca. Fará falta o Marcellino e seu lirismo trágico, seu humor ácido e seu inconformismo.

Começou sua trajetória em Florianópolis, nos anos 50, como dramaturgo. Depois, morou em Porto Alegre, onde ligou-se ao grupo Quixote e iniciou suas experiências poéticas.

Desde os anos 60 viveu em Curitiba. Aqui militou contra o regime fardado, dele foi vítima, fez teatro, organizou grupos, dirigiu peças, publicou livros, assessorou a frente política do MDB contra a ditadura, candidatou-se ao Senado. E para sobreviver, trabalhava no jornalismo diário.

Parem lá. Marcellino não foi levado à poesia por força do jornalismo ou do ativismo político, mas sim levado por aquela ao jornalismo como meio de sobrevivência e ao ativismo como dever de consciência, escreveu certa vez Jamil Snege, na apresentação do livro Malvas, Fráguas e Maçanilhas, reunião de 73 poemas da obra do poeta Marcellino que hoje nos deixa.

Marcellino será velado a partir das 15 horas desta sexta feira (25) na capela 3 do cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco, seu corpo será cremado às 9 horas do dia 26.

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 11:41 hs. Deixe um comentário.

18 comentários

1. Tenorio Cavalcante

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 12:02 hs

Uma grande perda – um sujeito brilhante, culturalmente bem preparado e intelectualmente tambem – um homem alem do seu tempo – Sem duvida, deixara saudades e será um perda pra nossa sociedade – descanse em paz Walmor, vc merece, pois foi um guerreiro nessa vida.

2. João Elias de Oliveira

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 12:08 hs

Mais um cachorro de elefante que adentra na selva em busca do adormecer eterno. Fará companhia ao Mussi. Os dois declamando os textos da “Noite de Arte e Poesia”, relembrando a apresentação do TEU em Canoinhas; discutirão quem foi o responsável pela cômica tradução da palavra “cachorro” que deveria ser filhote; e vibrarão com as lembranças do “Terror e Miséria no 3º Reich” e nossas andanças pelo DOPS em busca do alvará de apresentação. Turrão, teimoso, mas sempre digno. Creio que a chamada providência divina está se equivocando e levando os que nunca deveriam ser levados. Saudades do Walmor.

3. SYLVIO SEBASTIANI

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 12:14 hs

Walmor Marcelino foi revisor e colaborador do meu primeiro livro “Posição do MDB do Paraná” lançado em 1976 e meu colega da Assembléia Legislativa do Estado, onde organizou e foi Presidente do Sindicato dos Funcionários da Assembléia Legislativa.

4. Carlos Molina

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 12:17 hs

ESPERANÇA

Eu não sei por que não somos

desbravantes, caminheiros.

Passageiros da utopia/ mãos dadas, companheiros

Walmor Marcelino

5. Carlos Molina

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 13:03 hs

POEMINHA DO CONTRA

Todos estes que aí estão

Atravancando o meu caminho,

Eles passarão.

Eu passarinho!

Mário Quintana

O Sabiá e o Gavião

…”Mas, tudo na vida passa.

Amanheceu certo dia

O mundo todo sem graça,

Sem graça e sem poesia.

Quarqué pessoa que visse

E um momento refritisse

Nessa sombra de tristeza,

Dava pra ficá pensando

Que arguém tava malinando

Nas coisa da Natureza.”

Patativa do Assaré

6. Marcos Junqueira

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 14:01 hs

Morreu falando mal do Lula e do PT, de sua politica economica e do ajutório do bolsa familia. Morreu decepcionado.

7. Imprensa Pedágio

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 14:25 hs

Comunicamos, com profundo pesar, o falecimento de nosso Diretor de Comunicação WALMOR MARCELINO, insígne militante político que muito contribuiu para as lutas democráticas e de liberdade.

No Fórum Popular Contra o Pedágio deixou seu impagável trabalho que será sempre relevado.

Marcellino será velado a partir das 15 horas desta sexta feira (25)

na capela 3 do cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco, seu corpo será cremado às 9 horas do dia 26.

Fórum Popular Contra o Pedágio

8. Ramsés

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 14:37 hs

Com tanto jornalista veterano se vendendo por 30 moedas, tinha que morrer justamente um jornalista veterano tão decente quanto o Walmor Marcelino?.

9. ISAAC

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 14:57 hs

Guardo com carinho três livros autografados pelo Walmor.

Tive o privilégio de conhecê-lo nos anos 60, na redação do jornal “Ultima Hora”.

Poeta, gostava de uma boa prosa com amigos no café próximo da “boca”. Por dizer o que pensava; protestar contra o que achava errado, principalmente na politica, conseguiu também atrair opositores. Mas, nunca se entregou, mantendo-se sempre fiel a seus pensamentos.

Uma grande figura literária e jornalística que se foi. Uma pena.

10. Ilana Aguiar

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 15:03 hs

Não o conheci, mas se levar em consideração as lições que todos os dias aprendo com uma de suas filhas, com a qual trabalho, entendo que o Sr. Walmor cumpriu exemplarmente sua missão: dignidade, respeito, discrição, justiça e amor ao próximo. Com muita admiração à família, meus sentimentos.

11. Rubens Gennaro

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 15:14 hs

Walmor Marcellino….as ondas do mar, as estrelas do céu e as lutas na terra haverão de te cantar. Enquanto cantam a Esperança…. há !

Haveremos de Cantar !!! Bravo Walmor Marcellino , Bravo Camarada !!!!

12. Carlos Molina

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 15:34 hs

Com grande sentimento de perda recebi a notícia sobre o falecimento do coerente e digno camarada Walmor Marcellino.

Com certeza a família contará com o carinho do apoio e da presença de todos nós nesta despedida, pois o Walmor é merecedor desta uma última homenagem.

O velório será realizado no Cemitério Municipal.

Todos nós que militamos no campo das esquerdas como no campo da luta democrática temos algumas ou muitas boas recordações sobre o importante papel que este imprescindível ser humano desempenhou em prol de Curitiba, do estado, do Brasil e por toda a humanidade, já que ele em sua vida sempre foi um grande exemplo de vivenciamento do internacionalismo proletário.

O poeta Walmor sempre foi um apaixonado pela vida e a viveu com a intensidade de quem conseguiu amar a humanidade, a causa, os camaradas e os amigos, sendo que esses soube sem interesses pessoais, sem falsidades e com grande e humana honestidade conquistar.

Nunca foi homem de meias palavras na defesa das causas em que acreditava as quais dedicou com intensidade a maior parte de sua vida. Mesmo estando com idade avançada e decepcionado com os rumos do país e com a subserviência dos dirigentes populares perante tal grau de falta de rumo soberano em que se encontra o Brasil em relação ao grande capital internacional, como pelo baixo grau de prioridades do governo em relação aos interesses internos nacionais e populares.

Muitos, os “fariseus que em vida habitam sepulcros caiados” por não terem argumentos aceitamente racionais ao não poderem rebater as suas afirmações o rotulavam de tudo. Rótulos que iam desde o chamarem de arrogante, louco, sectário e até de ex-esquerda a serviço da direita, o que significou na reta final de sua vida uma calúnia absurda contra um homem que estando já doente dedicava como sempre dedicou por toda a sua vida ao debate das propostas da esquerda marxista para a humanidade como na organização de seu povo.

A muitos como eu o Walmor ensinou a questionar, a não aceitar nada que viesse pronto, como também a nos aprofundarmos na formação intelectual, já que para conviver perto dele e a debater com ele sempre tivemos que nos preocupar em aumentar o vocabulário em busca dos significados.

Discuti e divergi do Walmor dezenas ou até centenas de vezes e nem por isto ele como eu deixamos de nos relacionar ou nos respeitar enquanto camaradas, pois ele nunca foi de guardar mágoas pessoais como também nunca o vi se vitimar, pois como representante da “setentona geração de aço” era um homem de honra que nunca se permitiu vergar.

Sentimentos a todos que aprenderam a o respeitar e assim o tiveram como amigo leal!

“Sonha e serás livre de espírito… luta e serás livre na vida.”

Che Guevara

Uma lembrança do Walmor:

ESPERANÇA

Eu não sei por que não somos

desbravantes, caminheiros.

Passageiros da utopia/ mãos dadas, companheiros.

Walmor Marcellino

13. Reinoldo HEY

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 17:27 hs

O turco traz boas lembranças do Walmor, do Fábio, do Chain em seu livro “Como eu se fiz por si mesmo”.

Realmente a turma de vocês era ótima., intelectualizada, participante.

Infelizmente eu só conheci pessoalmente o Jamil, O Victo, o Maluf,o Fritz,o Sinval…Dos bons tempos da “propaganda”.

O Walmor, só de vista, mas as referências eram excelentes.

Sem dúvida, vai deixar saudade!

14. DARCY

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 18:30 hs

Perde o Paraná um grande jornalista. Competente, leal, sincero, democrata e que sempre esteve na linha de frente contra o autoritarismo instalado em 1964. Lamentavel a sua perda.

15. Luiz Fernando Esteche

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 18:33 hs

Certamente o Valmor Marcelino será enterrado “na cova comum dos idealistas

onde jazem aqueles que o poder não corrompeu…”, como escreveu o Leminski:

me enterrem com meu coração

na beira do rio

onde o joelho ferido

tocou a pedra da paixão.

16. Cajucy

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 19:26 hs

Sem dúvida, uma grande perda. Um excelente profissional e homem de personalidade. Sincero e honesto, sem meios termos. Firme! Coisa da velha cepa. NOS ANOS OITENTA, num determinado dia eu fui convidado a fazer uma visita a um secretário de Estado – amigo e companheiro de Walmor.

Lá pelas tantas, o ilustre secretário disse: eu gostaria que você – como editor de um dos jornais da Capital – criasse um espaço para um coluna a ser assinada pelo jornalista Walmor Marcelino ou por um psiodônimo por ele escolhido. Estão boicotando o Walmor, concluiu.

O Walmor estava presente e participava da conversa. Na semana seguinte ele passou a ter uma coluna política, sem restrições. E soube usar o espaço com critério, responsabilidade e muita informação de primeira linha.

Já deve estar escalado para influir no Jornal Celestial!

17. Junior

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 23:07 hs

Campana, se der tempo, por favor, corrija a informação, o corpo está sendo velado na capela 01 do Municipal, e não na 03, como a imprensa tem noticiado. Obrigado

18. Francisco Quadros

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 23:25 hs

Fomos colegas na Comuniação Social da Assebleia Legislatva. Com ele muito aprendi depois de décadas de profissão. Não apens em termos profissionis, muito mais. Só ouvir o Walmor já era uma aula.

Dois registros, como homenagem:

>Walmor fumava. Um dia parou. Os colegs de trabalho somente perceberam isso uns três meses depois. Ele parou, e pronto. Não ficou anunciando, lembrando, contando os dias e semanas que havia abandonado o cigarro, como faz a maioria. Alguns colegas fumavam na mesma sala. Nunca ouvi ou Walmor reclamar ou sugerir que os fumantes se tornassem ex, como faz a maioria. Nunca comentou nada. Acredito que de todos os ex-fumantes que conheci, o Walmor foi o único não chato.

>Walmor foi exonerado do serviço público por motivos político-ideológicos. Ele e tantos outros. Depois, comprovada a injustiça, ele e tantos outros foram reintegrados. Para muitos o tempo de afastamento foi contado como de efetivo exercício e logo se aposentaram. Para Walmor, não. Tinha que cumprir expediente para compensar esse período e assim a aposentadoria veio bem mais tarde. Quer dizer, quando o reintegraram corrigiram meia injustça, apenas.

Mas Walmor nunca, ao menos que eu saiba, fez comentários ou queixas quanto a isso.

Assim era o nosso Walmor Marcellino…

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Publicado em: 25/09/2009 17:06



Morre, aos 79 anos, jornalista, poeta e escritor Walmor Marcellino

Redação Portal IMPRENSA

O poeta, escritor e jornalista Walmor Marcellino faleceu nesta sexta-feira (25), aos 79 anos, na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (PR). O jornalista tratava de problemas renais e cardíacos.

"Walmor Marcelino foi um militante persistente, que nunca se desviou de seu caminho. Alguns o chamavam de fundamentalista, mas eu sempre entendi suas atitudes como integridade", afirmou o governador do Paraná, Roberto Requião, fazendo menção ao trabalho do jornalista em combate à ditadura durante as décadas de 70 e 80.

O corpo do jornalista é velado na tarde desta sexta na capela 3 do Cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco. Seu corpo será cremado no próximo sábado (26), às 9h, segundo a Agência de Notícias do Governo do Paraná.

WALMOR MARCELLINO, CULTOR DAS BOAS LETRAS

Enviado por Pizarro

Morreu neste 25 de setembro, em Curitiba, o jornalista, escritor e poeta Walmor Marcellino.

Cultivava as boas letras.

Escreveu uma dezena de livros. Ou mais.

Com todas suas qualidades e muitos defeitos, o jornalista e intelectual Walmor Marcellino sempre esteve à frente de muitos confrades, perdidos em suas limitações e seus sonhos.

Nos últimos anos, aceitava as críticas mordazes que recebia dos colegas de profissão e de alguns poucos históricos comunistas que ainda frequentam a Boca Maldita.

Preocupou-se sempre com as novas gerações privadas de conhecimento completo e objetivo.

Professor Walmor relembrava, aos mais chegados, com muita dor, os dias sombrios de abril de 1964. Apoiou Jango na Presidência da República. Nunca escondeu que foi um governo perigoso e confuso. Elogiou, sempre, os pronunciamentos violentos de Leonel Brizola.

Walmor trabalhou em todos os jornais e revistas de Curitiba. Escrevia de tudo um pouco e bastante.

Sua especialidade eram os editoriais da Gazeta do Povo, o artigo de fundo, a opinião.

“Um jornalista completo” - reconhecia o saudoso Francisco Cunha Pereira Filho.

Walmor, político.No século passado, foi candidato ao Senado.

Durante anos, enfrentou com coragem seu problema de saúde.

Gostava de comer bem. Muito bem. Vinho tinto ou branco, sabia escolher.

Escritor, guerreiro, pensador, polêmico respeitado, catarinense de Araranguá, admirador dos gaúchos pelo seu interesse aos livros e seu posicionamento político… Eis o nosso professor Walmor, 50 anos de Curitiba, 79 de idade.

Dizia que faria 82.

“Não tenho fortuna, mas tenho a decência de um nome!”

Walmor Marcellino, 1930 - 2009.-

José Maria Pizarro

Tags: Pizarro

Postado em sábado, setembro 26th, 2009 as 9:06.

1 comentario sobre “WALMOR MARCELLINO, CULTOR DAS BOAS LETRAS”

1.

zair schuster disse:

setembro 26th, 2009

21:07

Já nos deixa saudades. Era companheiro. Tínhamos opiniões divergentes, mas havia respeito mútuo. Sabia conduzir seus pontos de vista como ele só. Enfim, fica uma





WALMOR MARCELLINO

• Sexo: Masculino

• Local: CURITIBA : PR

Interesses

• Quem sou: poeta? escritor? teatrólogo? (Não estranhe a interrogativa porque não somos nós a qualificar o que fazemos.). Nascido em Araranguá (SC) habitante em Florianópolis

• morador em Porto Alegre (RS) e residente em Curitiba (PR). Ex-jornalista (por 53 nos) ex-servidor público (por 40 anos)

• ex-publicitário

• ex-candidato (PSB em 1986). Total de 26 livros publicados (dois em terminação)

• 3 peças encenadas. Trabalhos esses que anoto como “Previários”

• isto é

• uma prévia para obra madura (não “Breviário”

• resumo

• trabalho breve que é síntese de obra).Talvez seja modéstia (aparente( escrever preliminares à obra desejada

• porque falte aplicação ou maturidade para uma dedicação total; porém afinal não somos nós também um projeto sem termo de pessoa?



WALMOR MARCELLINO

MORRE O JORNALISTA E ESCRITOR WALMOR MARCELLINO

[ 25/09 ]

O jornalista e escritor Walmor Marcellino, da turma das antigas de Curitiba e do Paraná, faleceu na manhã desta sexta-feira (25). Segundo e-mail distribuído pela esposa de Marcellino, Elba, o jornalista faleceu por volta das 9h da manhã.

Marcellino, que desempenhou um papel importantíssimo na retomada pela democracia do país, atualmente militava como coordenador na área de comunicação do Fórum Contra o Pedágio do Paraná. Há algum tempo o jornalista vinha se submetendo a sessões de hemodíalise. Em breve mais informações.



O lirismo & a consciência

Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de maio de 1986

Quem diria, Walmor Marcelino, um romântico?

Jornalista dos mais atuantes na imprensa paranaense há 30 anos, merecedor da admiração e respeito pela coerência e honestidade de seus pontos de vista, de seu comportamento como homem e profissional, Walmor nunca foi de fazer concessões. Em 1964, poucas semanas após o golpe militar de 1º de abril, publicava um corajoso livro de poesias cujo título já traduzia o nojo que sentia pela ditadura que começava no Brasil: "Tempo de Fezes e Traições". Quase que simultaneamente, em outro livro crítico sobre o golpe dos militares ("Sete de Amor e Violência"), incluía um texto amargo, cruel e profundamente político sobre aqueles dias cinzentos.

Intelectual do maior gabarito, apaixonado pelo teatro e literatura, primeiro encenador a dar uma montagem realmente dialética e política a textos de Camus ("Os Justos") e Jean Paul-Sartre ("A Prostituta Respeitosa") nos palcos do Guaíra, ao mesmo tempo que se integrava ao então nascente Centro Popular de Cultura, defendendo uma política cultural destinada a levar a arte as camadas mais pobres, Walmor nunca deixou de fazer sua poesia. Uma poesia honesta, verdadeira - mas sempre voltada ao lado político, a razão, a reflexão - escondendo, assim, muitas vezes, o seu lado lírico, amoroso, suave - que também raros viram atrás de sua fisionomia séria, hostil aos chatos e inoportunos - inimigo claro dos coniventes com o poder.

Hoje, sem arredar um pé de suas convicções, mas por certo com a sabedoria que o virar da casa dos cinqüenta traz, nas 28 páginas de seu mais recente livro ("Confabulário", Dom Quixote, Edição do Autor), deparamos, já na primeira página, com um Walmor otimista - a partir do próprio título do poema - ESPERANÇA

Eu não sei por que não somos

desbravantes, caminheiros.

Passageiros da utopia/ mãos dadas, companheiros

Em cada novo poema de Walmor Marcelino, há um encontro com uma sensibilidade extrema, que, anos atrás, não seria comum em ler em sua obra. Como neste "Um Verso":

O verso ai/Eu e tu, ai/Nos cruzamos

Bailando ao vento/O verso escreve

não fala, ai/que nos amamos

Um verso vive só/o que pensamos

O verso vem depoishttp://palavrastodaspalavras.wordpress.com/2009/09/27/sarava-walmor-por-hamilton-alves-florianopolis/

Que nós vivemos

Walmor nunca buscou aplausos ou elogios em sua obra extremamente pessoal. Nunca se filiou a escolas ou gerações. Faz e trabalha a poesia como trabalha e age em sua vida: uma coerência extremamente pessoal. Possivelmente, não quer interpretações críticas a este seu "Confabulário" (aliás, nem há críticos em Curitiba para tanto). O que importa é que, a sua maneira, ele dá um recado de força, vigor e integridade poética - numa realização plena, trabalhando com as palavras como o melhor entalhador o faz com a madeira.

GRUPO TORTURA NUNCA MAIS DO PARANÁ convida: »

27 Set

SARAVÁ, WALMOR! por hamilton alves / florianópolis

Postado por Equipe Palavreiros da Hora em artigos. Etiquetado:artigos, hamilton alves, literatura brasileira. Deixe um comentário

Conheci Walmor Marcelino há muitos anos, quando ainda a escola, que freqüentávamos, era, como se costuma dizer, risonha e franca. Falo da escola de jornalismo em que iniciamos praticamente juntos, no Diário da Manhã, do Zedar Perfeito da Silva, velho jornalista e escritor.

Ali ensaiamos os primeiros passos dessa atividade para a qual éramos vocacionados e que só largaríamos, como o fez Walmor, no fim da jornada. Carregou bravamente a tocha até o último suspiro.

O jornalismo que fez foi diferente do meu – um jornalismo de linha de frente, de combate pela justiça social, como bem assinala o necrológio feito na edição de ontem deste “blog”.

Marcelino pensava o mundo por um viés humaníssimo. Queria que todos tivessem acesso aos bens da vida e notadamente aos mais preciosos: educação, saúde, habitação, etc. Por isso, sempre combateu ao lado dos fracos e oprimidos com destemor. Pagou alto preço quando imperou neste país o regime militar, sendo preso várias vezes.

Walmor foi sempre fiel aos seus ideais, Não tinha temperamento nem muito menos formação para aderir, por exemplo, à linha burguesa de ação, na qual sabia que militavam os oportunistas, os que querem os cargos não para exercê-los no bem de todos mas no interesse de grupos (tipo Sarney, p. ex.) – só para citar um lídimo representante dessa corrente.

Walmor era um idealista e seu ideal estava colocado acima do cidadão Walmor Marcelino. Colocava-o muito alto, a uma altura quase inalcançável pela maioria de seus concidadãos. Era meio quixotesco na forma como encarava sua brava luta. Sabendo-se quase só ou um dos poucos que ainda alimentavam esse sonho de transformação do mundo pela perseverança ou pela doutrinação desses ideais puros.

Marcelino editou meu primeiro livro – uma pequena novela – a que dei o título de “O velho da aldeia”. Ele o alterou para “O velho e a aldeia”, que lhe dava uma semelhança com a novela de Hemingway “O velho e o mar”. Mas não fez isso deliberadamente; nunca o faria. Deve ter se equivocado. Acompanhei-o até sua casa, em Curitiba, para pegar os trezentos exemplares do livro. Antes havíamos nos encontrado na Ilha e me perguntou: – “Tens alguma coisa para editar?”

Guardava os originais datilografados dessa novela na gaveta fazia um bocado de tempo.

Mostrei-os para o Walmor. Levou-os para editar. Poucos meses depois entrou em contato comigo, informando-me que concluira a edição por sua editora “Hoje”. Fiquei radiante com a beleza, embora artesanal, da edição desse livro.

Há pouco, o Vidal , editor deste “blog”, me convidou para um encontro com ele em Santo Amaro da Imperatriz, onde fora descansar. Mas subitamente teve que retornar a Curitiba. Perdemos essa chance de voltar a nos ver e relembrar os velhos tempos.

Walmor fez grandes amigos aqui na Ilha e certamente em Curitiba, onde morou longos anos, vindo a falecer há pouco.

Era um dessas raras figuras de combatente, de uma só têmpera, de uma só linha, de um caráter inquebrantável na defesa destemida de seus sonhos.

Legará seu exemplo de retidão e de espírito de luta.

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2009

"CABEÇA FEITA" PELO PODER

Ao seu lado, disputando com você um torneio de inteligência e cultura (que você não sabe bem o que e por que) está um dejeto palavroso a passar suas “informações de cocheira” e a expender considerações sobre qualquer assunto em pauta. Observe-o atentamente: não é um figurante nerd alheado de compromissos sociais e responsabilidades civis, é o profissional-cinzeiro que, mesmo sem fumar, acorre a inalar as baforadas do chefe e oferecer boceta para as baganas; tudo ao preço da corte: ser convidado aos desacatos-desabafos da chefia e agir como escoteiro sênior no clube de serviço; tanto faz, pois ele é um dublê de cena no poder ou na rua. Papel carbono de um lado, papa-moscas de outro.

Essa coisa pegajosa luta angustiosamente por ser reconhecido importante: à boca-larga para que o recomendem os superiores, à boca-murcha com a acidez crítica dos indomados quando o assunto lhe faculta aparentar “independência”; e com a bocarra-estrídula na presunção esponjosa .Na verdade ele não tem outro compromisso que não seja puxar saco fingindo espírito livre e crítico. Grosso ou fino, está bem ao lado.

Entrementes, os críticos da política e os juízes da ética sempre atribuíram maiores responsabilidades sociopolíticas às pessoas de melhor formação educacional e cultural, comparados aos incultos e desavisados da ciência; porquanto a ignorância e a ingenuidade são consideradas atenuantes dos erros em face da sociedade e da lei; porém não essa obsequiosa e deprimente má-fé do sabujismo-carreirismo.

O encosto do poder é a gangue dos consócios “políticos”, mas o seu principal suporte são os subservientes. Não a massa, os pobres diabos da “servidão voluntária” sujeita à subalternidade para lograr a sobrevivência, e sim o sorriso atento e obsequioso do oportunista-carreirista cuja opinião é “politicamente ajustada, mais que correta”; ora na boca-surdina das eventuais ressalvas para exibir “independência”; depois quebrado-da-boca a demonstrar medo de censura superior e a seguir com a boca-repique a expor como xérox a sua formatação estereotipada e disponibilidade “delivery”. Enfim, a sociabilidade indistinta nos cobra o preço da interlocução com estes Merds que não têm a ingênua aplicação dos Nerds nem a sua dependência tecnológico-expressiva com alienação civil e falta de caráter interativo.

Entrementes, o pragmatismo adicto à sobrevivência, o oportunismo colado ao individualismo e a racionalização dos ajustes pessoais ao poder econômico-político vêm desfigurando a luta de classes e exaltando a disputa de poder social e político. Essas antinomias se colocam como “base ético-política” dos Merds a contratar suas posições e atitudes no dispensário das relações sociais.

De assim, a história da inteligência aponta convergências entre o modelo do ativista social crítico e os profissionais técnicos e cientistas, numa curva ascendente de responsabilidade política que vai desde a base social a seus modelos; e sempre proporcional aos níveis de entendimento e consciência de classe no seu modo de existência. Os nerds e os merds “correm por fora”, os primeiros como “esquecidos da política” comum; os outros como praticantes da servidão ao poder mas com suposta “inteligência feita” (pelo mando).

Fuja de quem não tem compromissos sociais; abomine os carreiristas como despreze os dogmáticos de quaisquer doutrinas. Pergunte sempre: qual é sua posição? E qual o compromisso que tem com o problema de que fala?

Postado por WALMOR MARCELLINO às 07:06

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2. em 28/09/2009 às 9:10 AM Manoel de Andrade


Obrigado, Vera Lúcia, pelo teu aceno fraterno. É realmente essa é a pergunta que todos devemos fazer diante do fenômeno da morte física. Porisso o Walmor terá que rever, nesse Mundo Maior onde agora se encontra, o seu conceito pessoal de finitude, porque há uma dimensão da vida em que os laços do coração, sublimados pelo amor ou pela legítima ideologia, se reatam na imortalidade. “Quando?”…, isso depende das atitudes mentais de cada um, de nossas ações e omissões e portando dos nossos merecimentos, por que a morte não muda ninguém e não nos torna santos, num passe de mágica.

Quanto aos que ficamos é triste dizer que, com as cinzas do Walmor incineraram-se também um poco dos nossos sonhos e das esperanças pelas quais lutamos no passado. Os velhos camaradas estão mudando de residência (como dizia, da morte, Vitor Hugo) e nos ficamos apenas com os rastros indeléveis dos seus gestos, a imagem da sua coerência e com a memória das bandeiras que empunhamos.

BLOG ZE BETO

A luz de Walmor Marcelino

25 set 2009 - 11:51

por Nelson Padrella

Tive a sorte de conhecer o Walmor. Foi nos anos 50, no Diário do Paraná. Tivemos durante essas décadas uma amizade forte. Ele ensinou muitas coisas ao soldado que eu era e ao futuro jornalista que eu seria. Não sei se ensinei alguma coisa a ele. A vida não é uma troca de experiência entre pessoas?

Agora, Walmor deixou-nos. Vai fazer falta porque todo amigo faz falta. O caminhar vai ficar mais escuro, que cada amigo que se vai é uma estrela que se apaga.

Walmor teria detestado saber que eu o estou chamando de estrela. Mas ele tinha uma luz que vi em poucas pessoas.

Hoje fiquei mais pobre. Todos ficamos mais pobres.

Walmor Marcelino, adeus

25 set 2009 - 11:26

A rádio CBN acaba de anunciar a morte do jornalista Walmor Marcelino. Segue texto enviado por um colaborador deste blog que o conhecia bem:

Walmor Marcelino era um jornalista radical. Não por sua filiação ao partido comunista e sua militância de esquerda, no período mais negro da ditadura. Mas pela férrea convicção de suas ideias progressistas, eventualmente dogmáticas.

Processado num IPM (inquérito policial-militar) da ditadura, foi preso e demitido da Assembleia Legislativa, onde era funcionário de carreira, e os jornais lhe fecharam as portas.

Homem de teatro, escreveu peças e alguns ensaios históricos, um deles sobre a guerra do contestado.

ao final das contas, foi absolvido no IPEM e readmitido na Assembleia.

Mas sempre esteve à margem. Nunca abriu mão de seus princípios. Era um personagem desconfortável para o status quo curitibano, pois sempre estava em busca da verdade.

1. -Noviski- Diz:

25 set 2009 - 14:22

Sempre venho ao seu blog para me divertir um pouco, Zé, com as bobagens de quem está no poder. Hoje fiquei muito triste ao ler esta notícia. Uma perda e tanto.

2. José Aparecido Fiori Diz:

25 set 2009 - 14:59

Grande Walmor!

Por que você vai embora tão cedo, se viver não é preciso, preciso não é necessário, morrer já não se morre, fica-se encantado.

Perde o Jornalismo, a Literatura, o Poeta, o Conselheiro e Amigo, Walmor Marcelino.

José Aparecido Fiori

3. Tarquinio Diz:

25 set 2009 - 15:46

acabei de acessar o site da Assembleia: nem uma mísera linha sobre a morte do Walmor, que foi funcionário da Casa.

a quem interessar possa, segue abaixo a matéria publicada no site do governo do Estado:

Morreu nesta sexta-feira (25), aos 79 anos, o poeta, escritor e jornalista Walmor Marcellino. Militante contra a ditadura militar nas décadas de 70 e 80, Marcelino estava internado na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba com problemas renais e cardíacos. “Walmor Marcelino foi um militante persistente, que nunca se desviou de seu caminho. Alguns o chamavam de fundamentalista, mas eu sempre entendi suas atitudes como integridade”, afirmou o governador Roberto Requião.

Marcellino será velado a partir das 15h desta sexta-feira (25) na capela 3 do Cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco. Seu corpo será cremado sábado (26), às 9h. Ele foi casado duas vezes e teve quatro filhos, um deles já falecido. Nascido em Araranguá (SC), em 1930, morou em Florianópolis, Porto Alegre e fixou residência em Curitiba. Escritor com forte atuação política, publicou mais de 30 livros, entre poesia, ficção e textos de opinião.

Na década de 70, participou do Centro Popular de Cultura em Curitiba, e de grupos de teatro da UFPR, sempre em oposição à ditadura militar. Preso político, nunca se furtou da crítica ao governo militar e das suas posições políticas. “Era um homem de extrema coragem e todos que lutaram pela democracia sabem o papel que teve este grande intelectual”, afirmou o advogado Geraldo Serathiuk, que o conheceu na década de 70, na Casa do Estudante.

“Ele foi um dos responsáveis pela reorganização do movimento estudantil e sindical durante a ditadura militar e um grande orientador para minha geração”, contou Serathiuk. Marcellino trabalhou em diversos órgãos de comunicação, entre eles a Gazeta do Povo e o jornal Última Hora, e também na Assembleia Legislativa do Paraná e no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

“Ele era um dramaturgo, repórter policial de alto nível e um líder da resistência durante a ditadura militar”, afirmou o jornalista Cícero Cattani, que contou que conviveu com Walmor já no início da década de 60, na redação do jornal Última Hora. “Apenas quem conviveu com ele sabe mensurar esta perda”, disse.

PROFESSOR – Segundo Cattani, uma das grandes qualidades de Walmor era a de transformar a redação em uma sala de aula. “Era um intelectual e um verdadeiro professor de jornalismo. O Paraná perde um dos seus maiores valores.”

O jornalista Luiz Geraldo Mazza, destacou a militância, tanto política quanto cultural de Walmor. “Ele foi uma pessoa de firmeza e caráter, guerreiro que participou dos movimentos importantes do nosso Estado, e um dos grandes desencadeadores do desenvolvimento cultural”, contou.

De acordo com o poeta e escritor Ewaldo Schleder, que publicou um livro a quatro mãos com Marcellino, destacou a responsabilidade do colega, mesmo com quem criticava. “Sempre polêmico, mesmo assim nunca fez uma crítica não embasada, por isso, era respeitado mesmo por aqueles que tinham posições contrárias”, afirmou.

O procurador-geral do Estado, Carlos Marés, era presidente do movimento estudantil e Walmor, um intelectual ligado aos estudantes, quando se conheceram. “Era muito respeitado, ele dirigia o Teatro do Estudante Universitário e eu ajudava na contra-regra. Era um grupo chamado de engajado, contra a ditadura e contra o capitalismo. Walmor teve uma vida muito coerente nas suas idéias e no modo de agir, isso só se vê no fim da vida.”

O jornalista Nego Pessoa comentou que as diferenças políticas entre os dois eram enormes. “Mas a nossa amizade era justamente pela ligação com a arte. Walmor era um grande conhecedor de poesia e amante do jazz”, contou. Nego Pessoa destacou os livros de poesia do amigo, segundo ele, a melhor produção de Marcellino.

O advogado Edésio Passos também conheceu Walmor na década de 60. “Era de um caráter sensacional, grande jornalista e um dos mais importantes escritores paranaenses. Autêntico e também um teatrólogo sensacional, atuou contra a ditadura militar de maneira ímpar. Ele é uma pessoa que vai ficar inscrita na nossa história”, disse.

Amadeu Geara, político e advogado, lembrou que Walmor foi um dos colaboradores na organização do MDB no Paraná. “Nunca dizia uma palavra de agrado que não fosse sincera, muito menos fazia uma crítica que não fosse fundamentada. Foi o pensador que nos auxiliou, na formação dos quadros do partido.”

4. JOSILIANO DE MELLO MURBACH Diz:

25 set 2009 - 22:36

Convivi o bastante com Walmor Marcelino pra saber do seu imenso talento e da sua capacidade de sintetizar os sentimentos de um momento. De 1988 a 1994 foram inúmeros encontros. Conversar com ele, debater idéias, nos enriquecia a cada minuto.

Mas não quero manifestar apenas a gratidão ao grande companheiro de Imprensa, mestre e amigo.

Quero lembrar que a militância dele foi vital para a história do Paraná, que ele ajudou a escrever com as tintas fortes do sacrifício pessoal.

A ele, o meu reconhecimento e aos seus amigos e parentes a certeza de que deixou um dos mais preciosos legados de honra, paixão e fé em tudo que fez.

Josiliano de Mello Murbach

Jornalista

5. nelson sabbagh Diz:

26 set 2009 - 05:42

A intelectualidade de esquerda de Curitiba perdeu seu

único representante.

E agora, quem dirá ” No pasarán ” ?

Comentários para “A luz de Walmor Marcelino”

1. ISSAC Diz:

25 set 2009 - 12:08

Zé, guardo com muito carinho todos os livros autografados pelo Walmor Marcelino.

Tive o privilégio de conhecê-lo na redação do jornal “Ultima Hora”, no início dos anos 60, no térreo do edificio Asa.

Tem razão: hoje, todos ficamos mais pobres.

Saudades!

2. Parreiras Rodrigues Diz:

25 set 2009 - 19:57

É, o quadro político e cultural paranaense que já não é tão vistoso, esmaeceu-se mais ainda. Em menos de dez dias, apagaram-se as tintas de, primeiro, Mussi, agora Walmor, com quem cinco minutos de prosa valiam mais que ano inteiro de faculdade de filosofia, de sociologia.

Walmor Marcelino

Walmor Marcelino não tinha parada. Nos últimos tempos, quando encontrava um conhecido, tirava do bolso um CD com o primeiro capítulo de seu mais novo livro, Ulciscor, obra híbrida em que misturava política, cultura e memórias dignas de um Cavaleiro da Espe¬rança. Houvesse interesse, dizia, que lhe mandassem um e-mail pedindo as demais páginas, ao custo módico de R$ 20. Deve ter sido sua única licença ao capitalismo. Walmor publicou cerca de 30 livros. Um deles, Tempo de fezes e traição, saiu nas rebarbas do golpe de 64. Logo atrás, lançou Sete de amor e violência, no qual retratou a amargura daqueles tempos. Chegou a ter uma editora própria, na qual deu a tantos a alegria do livro publicado. Perdeu dinheiro. Também se aventurou pela poesia e pelo teatro. Era do tipo que não negava uma palavra. É impossível saber quantos jovens se decidiram pelo jornalismo ao ouvi-lo ou ao saber de suas andanças como militante de esquerda. Nossa vida ficava pálida diante da dele. Foi um comunista convicto, do tipo que não perdeu a ternura, apesar dos trens que o atropelaram. No auge dos anos de chumbo, trabalhou anônimo numa funilaria no final da Av. Mateus Leme, seu disfarce para não ter apartes com o pau-de-arara. Não se pode dizer que se safou de todas as torturas das quais desviou. Perdeu empregos na imprensa, seu ganha-pão. Era sempre citado entredentes como “Walmor, o comunista.” Valêncio Xavier, ao dirigir o documentário Os 11 de Curitiba, sobre a ditadura militar, não se esqueceu do velho timoneiro. Aquela história era, sobretudo, dele. Así pasan los días. Chuva ou sol, Walmor só não deixou a rua, seu espaço de guerrilha. Era possível vê-lo na XV, nos cafés, em conversa pelas esquinas do Centro, sempre em colóquios apaixonados, pois um sujeito crente na transformação do mundo não tem direito a descanso. Trajado de jaqueta parda, botinas e sem abrir mão do cavanhaque, parecia não envelhecer. Fumava cigarros de palha. Quem teve a sorte de levar o primeiro capítulo de Ulciscor, encontrou na epígrafe uma pista sobre tamanha juventude: “Não tenho todo o tempo do mundo, mas quanto é esse tempo?”(Seth Báratro) Deixa mulher e três filhos.

Sexta-feira, aos 79 anos. Catarinense de Araranguá. Em decorrência de problemas renais e cardíacos.

* * * * *

Walmor Marcelino

Richa lamenta morte de Walmor Marcellino

O prefeito Richa lamentou a morte do escritor, poeta, dramaturgo e jornalista Walmor Marcellino, nesta sexta-feira (25). "Walmor Marcelino defendeu de forma intransigente os princípios em que acreditava", disse o prefeito.

"Como intelectual, artista ou jornalista, Walmor foi um combatente da democracia. Especialmente nos anos de chumbo da ditadura militar, quando foi perseguido, preso e processado, exatamente porque defendia a liberdade", afirmou Richa.

O prefeito lembrou que Walmor Marcellino atuou como jornalista no governo de seu pai, José Richa, que marcou a redemocratização no Paraná. Marcelino foi autor e diretor de peças de teatro e escreveu ensaios históricos e políticos, além de trabalhar em vários jornais de Curit

Morreu, na manhã desta sexta-feira (25), o poeta, escritor e jornalista Walmor Marcellino, aos 79 anos de idade. Nascido em Araranguá, Santa Catarina, Marcelino destacou-se em Curitiba na militância contra a ditadura militar, a qual levou à frente entre as décadas de 1970 e 1980. Como jornalista trabalhou em diversos meios de comunicação, entre eles o jornal Gazeta do Povo. Casado duas vezes, Marcellino teve quatro filhos, um deles já falecido.

De acordo com nota divulgada pela Agência Estadual de Notícias, órgão de notícias do governo do estado, ele estava internado na Santa Casa de Misericórdia, na capital paranaense, com problemas renais e cardíacos. Seu corpo será velado a partir das 15 horas na capela 3 do Cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco, e cremado no sábado (26), às 9 horas. Escritor com forte atuação política, publicou mais de 30 livros, entre poesia, ficção e textos de opinião. Na década de 1970, participou do Centro Popular de Cultura em Curitiba, e de grupos de teatro da Universidade Federal do Paraná. Sempre crítico à ditadura militar, chegou a ser preso político durante o regime.

Repercussão

Diversos amigos ex-colegas comentaram sua trajetória à agência de notícias do governo estadual. “Walmor Marcellino foi um militante persistente, que nunca se desviou de seu caminho. Alguns o chamavam de fundamentalista, mas eu sempre entendi suas atitudes como integridade”, declarou o governador Roberto Requião.

“Era um homem de extrema coragem e todos que lutaram pela democracia sabem o papel que teve este grande intelectual. Ele foi um dos responsáveis pela reorganização do movimento estudantil e sindical durante a ditadura militar e um grande orientador para minha geração”, disse o advogado Geraldo Serathiuk, que o conheceu na década de 1970, na Casa do Estudante.

“Ele era um dramaturgo, repórter policial de alto nível e um líder da resistência durante a ditadura militar. Apenas quem conviveu com ele sabe mensurar esta perda”, lamentou o jornalista Cícero Catani, que conviveu com Marcellino no início da década de 1960, na redação do jornal Última Hora. Segundo Catani, uma das grandes qualidades do escritor era a de transformar a redação em uma sala de aula. “Era um intelectual e um verdadeiro professor de jornalismo. O Paraná perde um dos seus maiores valores.”

O jornalista Luiz Geraldo Mazza, destacou a militância, tanto política quanto cultural de Marcelino. “Ele foi uma pessoa de firmeza e caráter, guerreiro que participou dos movimentos importantes do nosso Estado, e um dos grandes desencadeadores do desenvolvimento cultural”, contou.

“Sempre polêmico, nunca fez uma crítica não embasada, por isso, era respeitado mesmo por aqueles que tinham posições contrárias”, afirmou o poeta e escritor Ewaldo Schleder, que publicou um livro a quatro mãos com Marcellino.

O procurador-geral do Estado, Carlos Marés, era presidente do movimento estudantil quando conheceu o escritor, na época um intelectual ligado às causas dos estudantes. “Era muito respeitado, ele dirigia o Teatro do Estudante Universitário e eu ajudava na contra-regra. Era um grupo chamado de engajado, contra a ditadura e contra o capitalismo. Walmor teve uma vida muito coerente nas suas idéias e no modo de agir, isso só se vê no fim da vida.”

O jornalista Nego Pessoa comentou que as diferenças políticas entre os dois eram enormes. “Mas a nossa amizade era justamente pela ligação com a arte. Walmor era um grande conhecedor de poesia e amante do jazz”, contou. Nego Pessoa destacou os livros de poesia do amigo, segundo ele, a melhor produção de Marcellino.

“Era de um caráter sensacional, grande jornalista e um dos mais importantes escritores paranaenses. Autêntico e também um teatrólogo sensacional, atuou contra a ditadura militar de maneira ímpar. Ele é uma pessoa que vai ficar inscrita na nossa história”, disse o advogado Edésio Passos, que também conheceu Marcellino na década de 1960.

Amadeu Geara, político e advogado, lembrou que Walmor foi um dos colaboradores na organização do MDB no Paraná. “Nunca dizia uma palavra de agrado que não fosse sincera, muito menos fazia uma crítica que não fosse fundamentada. Foi o pensador que nos auxiliou, na formação dos quadros do partido”.

Postado por Equipe Palavreiros da Hora em textos com fotos. Etiquetado:escritores, filosofia, poesia, WALMOR MARCELLINO. 7 Comentários

curitiba »

25 Set

WALMOR MARCELLINO entregou as moedas para o barqueiro na manhã de hoje / pela editoria

Postado por Equipe Palavreiros da Hora em textos com fotos. Etiquetado:escritores, filosofia, poesia, WALMOR MARCELLINO. 7 Comentários

faleceu nesta manhã o jornalista, escritor, filósofo e dramaturgo WALMOR MARCELLINO. WALMOR era colunista deste site para assuntos politicos. os PALAVREIROS DA HORA rendem suas homenagens ao grande batalhador pela justiça social no planeta e com ênfase no nosso país. foi um lutador incansável contra a ditadura militar sendo preso em diversas oportunidades. nasceu em Araranguá (sc) e morou em Porto Alegre onde juntou-se ao grupo QUIXOTE de poesia. WALMOR era também editor e estimulava os novos autores, que tivessem uma visão critica e social da vida moderna, publicando, às suas expensas, diversos deles. com a Editora QUEM DE DIREITO uma das suas ultimas publicações foi a antologia Iª REUNIÃO DOS POETAS DO SUL – ” PRÓXIMAS PALAVRAS” onde participaram os PALAVREIROS manoel de andrade, jb vidal e o colaborador e artista visual nelson padrella.

desejamos fôrça à Elba, sua esposa, e aos seus familiares, para enfrentar este momento dolorido.

o velório ocorrerá na capela nº 1 do Cemitério Municipal de Curitiba a partir das 16:00 havendo a cremação amanhã as 09:00.

WALMOR MARCELLINO.

7 Respostas to this post.

1.

Publicado por Tonicato Miranda em Setembro 25, 2009 16:34 pm às 16:34 pm

Prezado editor, colegas palavreiros e demais colaboradores deste adorável “blog”,

Não conhecia pessoalmente Walmor, mas algumas das suas matérias as li aqui.

É sempre triste a despedida. É sempre uma perda de nós mesmos. Pois que somos apenas espelho.

Faço minhas as palavras do Vidal – que os entes queridos mais próximos possam suportal tal ausência.

Nossa dificuldade está nas recordações. De um livro que estou lendo extraio um pensamento

retrabalhado. Não existe futuro. O futuro é sonho. Temos apenas passado, e um presente fugidio,

que escorre a cada imagem construída. Tudo é passado. E diria, tudo é saudade.

Estou triste sim. Junto-me à tristeza dos próximos e daqueles que com ele conviveram.

Porque o mais sincero sentimento da humanidade é a tristeza, quando nos despojamos de tudo,

quando estamos nus e inteiros para amar e chorar.

TM

Responder

Publicado por manoel de Andrade em Setembro 26, 2009 0:21 am às 0:21 am

Depois de longos anos reencontrei o Walmor, no escritório publicitário no Jamil Snege, em 2002. Me convidou para participar da Antologia Poética PRÓXIMAS PALAVRAS, com ele, J.B.Vidal, Nelson Padrella, Paulo Hecker Filho, Helena Sut, Ewaldo Schleder e outros mais. Foi meu retorno à poesia depois de 30 anos de abstinência literária. Cinco anos depois, quando publiquei CANTARES, meu primeiro livro publicado no Brasil, pude imprimir, na sua segunda página, o imperecível significado da minha gratidão:

para Walmor Macelino

que marcou meu reencontro com a poesia

Publicado por solivan em Setembro 26, 2009 8:55 am às 8:55 am

Que a terra te seja leve.

Responder

Publicado por vera lucia kalahari em Setembro 26, 2009 9:43 am às 9:43 am

SEMPRE QUE DESAPARECE UM COMBATENTE PELA LIBERDADE E POR UM MUNDO MELHOR,

OS HOMENS FICAM MAIS POBRES.

OS MEUS SENTIMENTOS A SUA FAMÍLIA E SEUS AMIGOS.

VERA LUCIA

Responder

Publicado por Zuleika dos Reis em Setembro 26, 2009 11:42 am às 11:42 am

É sempre preciso saudar um Poeta, no durante de sua vida, no durante de sua viagem com o barqueiro, no depois quando, segundo a nossa certeza poética e/ou religiosa ( diversas tanto serão uma da outra?), ele do outro lado da margem e nós aqui, prosseguindo nesta jornada visível (mais real do que a outra?), muitas vezes obscura, com uma e outra luz a brilhar, aqui e ali.

Saudações

Zuleika dos Reis.

Responder

2.

Publicado por JOAO BATISTA DO LAGO em Setembro 26, 2009 13:05 pm às 13:05 pm

Meu caro irmão-poeta J.B. Vidal.

Bom dia (???)

Será mesmo um bom dia?

Que assim o seja!!!

Conheci Walmor aí em Curitiba por seu intermédio. Tivemos pouquíssimos papos, mas dos quais tivemos foram suficientes para que eu pudesse admirar a capacidade do pensamento superior que havia nele…

Lembro-me da última noite que estivemos juntos, lá no Massudas, eu, ele, você, Maneco, Mazé Mendes, entre muitos outros. Naquelas poucas horas daquela noite encetamos uma discussão filosófica… Que bela discussão! Faláramos do Ser… Do ser-ente e do enteser… Do ser-aí. Foi de fato uma bela “divagação” pelo campo da Filosofia. Foi, enfim, neste dia que comecei a admirá-lo profundamente. E devo dizer, mas não só isso, agradecer-te, meu caro Vidal, por me apresentares Walmor Marcelino.

Meu caro Vidal, diferentemente de algumas outras pessoas, lembro-me que eu e Walmor concordáramos numa questão: a única coisa que existe daquilo que entendemos por tempo ou existência é a PRESENCIALIDADE. Presencialidade que se concretiza no instante… No Aqui e Agora – um conceito da Gestalt. Frederick Perls, um gestaltiano de primeira ordem enfatizou: “O PASSADO JÁ NÃO É. O FUTURO AINDA NÃO É. PORTANTO SÓ EXISTE O AQUI E AGORA”.

Mas há um outro autor – Gaston Bachelard – que enuncia que tudo o que existe só existe no instante. Portanto, meu caro Vidal, como que retomando aquela discussão com Walmor Marcelino infiro, neste instante que, nada há para aquém ou além do instante… E este instante de saudade ficará marcado para todo o sempre… Para toda a eternidade.

Que Walmor Marcelino faça, neste instante, uma belíssima viagem…

Grande abraço a todos.

João Batista do Lago

Responder

Publicado por O Ruminante em Setembro 26, 2009 22:49 pm às 22:49 pm

Meus sinceros pêsames a todos e que o “barqueiro” aproveite a viagem ao lado do Walmor Marcelino.

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1.

Publicado por Tonicato Miranda em Setembro 25, 2009 16:34 pm às 16:34 pm

Prezado editor, colegas palavreiros e demais colaboradores deste adorável “blog”,

Não conhecia pessoalmente Walmor, mas algumas das suas matérias as li aqui.

É sempre triste a despedida. É sempre uma perda de nós mesmos. Pois que somos apenas espelho.

Faço minhas as palavras do Vidal – que os entes queridos mais próximos possam suportal tal ausência.

Nossa dificuldade está nas recordações. De um livro que estou lendo extraio um pensamento

retrabalhado. Não existe futuro. O futuro é sonho. Temos apenas passado, e um presente fugidio,

que escorre a cada imagem construída. Tudo é passado. E diria, tudo é saudade.

Estou triste sim. Junto-me à tristeza dos próximos e daqueles que com ele conviveram.

Porque o mais sincero sentimento da humanidade é a tristeza, quando nos despojamos de tudo,

quando estamos nus e inteiros para amar e chorar.

TM

2.

Publicado por manoel de Andrade em Setembro 26, 2009 0:21 am às 0:21 am

Depois de longos anos reencontrei o Walmor, no escritório publicitário no Jamil Snege, em 2002. Me convidou para participar da Antologia Poética PRÓXIMAS PALAVRAS, com ele, J.B.Vidal, Nelson Padrella, Paulo Hecker Filho, Helena Sut, Ewaldo Schleder e outros mais. Foi meu retorno à poesia depois de 30 anos de abstinência literária. Cinco anos depois, quando publiquei CANTARES, meu primeiro livro publicado no Brasil, pude imprimir, na sua segunda página, o imperecível significado da minha gratidão:

para Walmor Macelino

que marcou meu reencontro com a poesia

Responder

Publicado por solivan em Setembro 26, 2009 8:55 am às 8:55 am

Que a terra te seja leve.

Responder

Publicado por vera lucia kalahari em Setembro 26, 2009 9:43 am às 9:43 am

SEMPRE QUE DESAPARECE UM COMBATENTE PELA LIBERDADE E POR UM MUNDO MELHOR,

OS HOMENS FICAM MAIS POBRES.

OS MEUS SENTIMENTOS A SUA FAMÍLIA E SEUS AMIGOS.

VERA LUCIA

Responder

Publicado por Zuleika dos Reis em Setembro 26, 2009 11:42 am às 11:42 am

É sempre preciso saudar um Poeta, no durante de sua vida, no durante de sua viagem com o barqueiro, no depois quando, segundo a nossa certeza poética e/ou religiosa ( diversas tanto serão uma da outra?), ele do outro lado da margem e nós aqui, prosseguindo nesta jornada visível (mais real do que a outra?), muitas vezes obscura, com uma e outra luz a brilhar, aqui e ali.

Saudações

Zuleika dos Reis.

Responder

Publicado por JOAO BATISTA DO LAGO em Setembro 26, 2009 13:05 pm às 13:05 pm

Meu caro irmão-poeta J.B. Vidal.

Bom dia (???)

Será mesmo um bom dia?

Que assim o seja!!!

Conheci Walmor aí em Curitiba por seu intermédio. Tivemos pouquíssimos papos, mas dos quais tivemos foram suficientes para que eu pudesse admirar a capacidade do pensamento superior que havia nele…

Lembro-me da última noite que estivemos juntos, lá no Massudas, eu, ele, você, Maneco, Mazé Mendes, entre muitos outros. Naquelas poucas horas daquela noite encetamos uma discussão filosófica… Que bela discussão! Faláramos do Ser… Do ser-ente e do enteser… Do ser-aí. Foi de fato uma bela “divagação” pelo campo da Filosofia. Foi, enfim, neste dia que comecei a admirá-lo profundamente. E devo dizer, mas não só isso, agradecer-te, meu caro Vidal, por me apresentares Walmor Marcelino.

Meu caro Vidal, diferentemente de algumas outras pessoas, lembro-me que eu e Walmor concordáramos numa questão: a única coisa que existe daquilo que entendemos por tempo ou existência é a PRESENCIALIDADE. Presencialidade que se concretiza no instante… No Aqui e Agora – um conceito da Gestalt. Frederick Perls, um gestaltiano de primeira ordem enfatizou: “O PASSADO JÁ NÃO É. O FUTURO AINDA NÃO É. PORTANTO SÓ EXISTE O AQUI E AGORA”.

Mas há um outro autor – Gaston Bachelard – que enuncia que tudo o que existe só existe no instante. Portanto, meu caro Vidal, como que retomando aquela discussão com Walmor Marcelino infiro, neste instante que, nada há para aquém ou além do instante… E este instante de saudade ficará marcado para todo o sempre… Para toda a eternidade.

Que Walmor Marcelino faça, neste instante, uma belíssima viagem…

Grande abraço a todos.

João Batista do Lago

Responder



Publicado por O Ruminante em Setembro 26, 2009 22:49 pm às 22:49 pm

Meus sinceros pêsames a todos e que o “barqueiro” aproveite a viagem ao lado do Walmor Marcelino.

Responder

Morre o militante de esquerda Walmor Marcelino

25 de Setembro de 2009

* O corpo do jornalista está sendo velado na capela 3 do Cemitério Municipal



Walmor Marcelino.

Morreu nesta sexta-feira (25), em Curitiba, Walmor Marcelino, que era jornalista, poeta, dramaturgo e ativista de esquerda.

Walmor fora perseguido covardemente pela ditadura militar, enfrentou processos e demissão da Assembleia Legislativa do Paraná, onde seria readmitido mais tarde.

Autor de peças teatrais, poemas e dono de texto jornalístico ácido, Marcelino tinha uma fé inquebrantável no socialismo como poucos.

Pela diferença de idade que tínhamos, convivi pouco Walmor Marcelino. Mas estivemos juntos em diversas trincheiras, onde ele sempre manifestava uma inquietude em relação ao sistema “podre e corrupto”.

O corpo de Marcelino está sendo velado nesta sexta-feira na capela 3 do Cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco, e será cremado às 9 horas de sábado.



3 Comentários on “Morre o militante de esquerda Walmor Marcelino”

1. #1 Carlos Molina

dia 25 de Setembro de 2009 às 16:03

Walmor! PRESENTE!!!!!!!

Com grande sentimento de perda recebi a notícia sobre o falecimento do coerente e digno camarada Walmor Marcellino.

Com certeza a família contará com o carinho do apoio e da presença de todos nós nesta despedida, pois o Walmor é merecedor desta uma última homenagem.

O velório será realizado no Cemitério Municipal.

Todos nós que militamos no campo das esquerdas como no campo da luta democrática temos algumas ou muitas boas recordações sobre o importante papel que este imprescindível ser humano desempenhou em prol de Curitiba, do estado, do Brasil e por toda a humanidade, já que ele em sua vida sempre foi um grande exemplo de vivenciamento do internacionalismo proletário.

O poeta Walmor sempre foi um apaixonado pela vida e a viveu com a intensidade de quem conseguiu amar a humanidade, a causa, os camaradas e os amigos, sendo que esses soube sem interesses pessoais, sem falsidades e com grande e humana honestidade conquistar.

Nunca foi homem de meias palavras na defesa das causas em que acreditava as quais dedicou com intensidade a maior parte de sua vida. Mesmo estando com idade avançada e decepcionado com os rumos do país e com a subserviência dos dirigentes populares perante tal grau de falta de rumo soberano em que se encontra o Brasil em relação ao grande capital internacional, como pelo baixo grau de prioridades do governo em relação aos interesses internos nacionais e populares.

Muitos, os “fariseus que em vida habitam sepulcros caiados” por não terem argumentos aceitamente racionais ao não poderem rebater as suas afirmações o rotulavam de tudo. Rótulos que iam desde o chamarem de arrogante, louco, sectário e até de ex-esquerda a serviço da direita, o que significou na reta final de sua vida uma calúnia absurda contra um homem que estando já doente dedicava como sempre dedicou por toda a sua vida ao debate das propostas da esquerda marxista para a humanidade como na organização de seu povo.

A muitos como eu o Walmor ensinou a questionar, a não aceitar nada que viesse pronto, como também a nos aprofundarmos na formação intelectual, já que para conviver perto dele e a debater com ele sempre tivemos que nos preocupar em aumentar o vocabulário em busca dos significados.

Discuti e divergi do Walmor dezenas ou até centenas de vezes e nem por isto ele como eu deixamos de nos relacionar ou nos respeitar enquanto camaradas, pois ele nunca foi de guardar mágoas pessoais como também nunca o vi se vitimar, pois como representante da “setentona geração de aço” era um homem de honra que nunca se permitiu vergar.

Sentimentos a todos que aprenderam a o respeitar e assim o tiveram como amigo leal!

“Sonha e serás livre de espírito… luta e serás livre na vida.”

Che Guevara

Uma lembrança do Walmor:

ESPERANÇA

Eu não sei por que não somos

desbravantes, caminheiros.

Passageiros da utopia/ mãos dadas, companheiros.

Walmor Marcellino

2. #2 Luiz Manfredini

dia 25 de Setembro de 2009 às 16:42

Na manhã de 26 de outubro de 1968, estudantes enfrentavam a PM que reprimia sua passeata no centro de Curitiba. Na esquina da Dr. Muricy com a XV, defronte a antiga Farmácia Colombo, Walmor Marcelino, com o rosto ensanguentado porque levara bordoadas da polícia, cerrava os punhos e chamava a tropa para a briga.

Com esta cena, que relembro agora, homenageio meu velho companheiro Walmor Marcelino, cuja morte acabo de saber. A cena é emblemática da vida e da luta desse intelectual fecundo e inconformado, mordaz, por vezes ranzinza, traços que manteve até agora, beirando os 80. Um guerrilheiro das idéias, poeta, dramaturgo, socialista. Homem que honrou seu tempo e sua gente.

3. #3 Luiz Fernando esteche

dia 25 de Setembro de 2009 às 18:41

O Walmor Marcelino será enterrado na cova comum dos idealistas, onde jazem aqueles que o poder não corrompeu”, como escreveu o Paulo Leminski:

“me enterrem com meu coração

na beira do rio

onde o joelho ferido

tocou a pedra da paixão”.

Nosso carinho e gratidão.

faleceu nesta manhã o jornalista, escritor, filósofo e dramaturgo WALMOR MARCELLINO. WALMOR era colunista deste site para assuntos politicos. os PALAVREIROS DA HORA rendem suas homenagens ao grande batalhador pela justiça social no planeta e com ênfase no nosso país. foi um lutador incansável contra a ditadura militar sendo preso em diversas oportunidades. nasceu em Araranguá (sc) e morou em Porto Alegre onde juntou-se ao grupo QUIXOTE de poesia. WALMOR era também editor e estimulava os novos autores, que tivessem uma visão critica e social da vida moderna, publicando, às suas expensas, diversos deles. com a Editora QUEM DE DIREITO uma das suas ultimas publicações foi a antologia Iª REUNIÃO DOS POETAS DO SUL – ” PRÓXIMAS PALAVRAS” onde participaram os PALAVREIROS manoel de andrade, jb vidal e o colaborador e artista visual nelson padrella.

desejamos fôrça à Elba, sua esposa, e aos seus familiares, para enfrentar este momento dolorido.

o velório ocorrerá na capela nº 1 do Cemitério Municipal de Curitiba a partir das 16:00 havendo a cremação amanhã as 09:00.

WALMOR MARCELLINO.

* * * * *

Morreu Walmor Marcellino



Poeta, escritor, jornalista, morreu Walmor Marcellino. Mais de 60 anos dedicados às artes, ao debate, ao combate contra todo o ranço conservador que nos cerca. Fará falta o Marcellino e seu lirismo trágico, seu humor ácido e seu inconformismo.

Começou sua trajetória em Florianópolis, nos anos 50, como dramaturgo. Depois, morou em Porto Alegre, onde ligou-se ao grupo Quixote e iniciou suas experiências poéticas.

Desde os anos 60 viveu em Curitiba. Aqui militou contra o regime fardado, dele foi vítima, fez teatro, organizou grupos, dirigiu peças, publicou livros, assessorou a frente política do MDB contra a ditadura, candidatou-se ao Senado. E para sobreviver, trabalhava no jornalismo diário.

Parem lá. Marcellino não foi levado à poesia por força do jornalismo ou do ativismo político, mas sim levado por aquela ao jornalismo como meio de sobrevivência e ao ativismo como dever de consciência, escreveu certa vez Jamil Snege, na apresentação do livro Malvas, Fráguas e Maçanilhas, reunião de 73 poemas da obra do poeta Marcellino que hoje nos deixa.

Marcellino será velado a partir das 15 horas desta sexta feira (25) na capela 3 do cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco, seu corpo será cremado às 9 horas do dia 26.

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 11:41 hs. Deixe um comentário.

18 comentários

1. Tenorio Cavalcante

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 12:02 hs

Uma grande perda – um sujeito brilhante, culturalmente bem preparado e intelectualmente tambem – um homem alem do seu tempo – Sem duvida, deixara saudades e será um perda pra nossa sociedade – descanse em paz Walmor, vc merece, pois foi um guerreiro nessa vida.

2. João Elias de Oliveira

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 12:08 hs

Mais um cachorro de elefante que adentra na selva em busca do adormecer eterno. Fará companhia ao Mussi. Os dois declamando os textos da “Noite de Arte e Poesia”, relembrando a apresentação do TEU em Canoinhas; discutirão quem foi o responsável pela cômica tradução da palavra “cachorro” que deveria ser filhote; e vibrarão com as lembranças do “Terror e Miséria no 3º Reich” e nossas andanças pelo DOPS em busca do alvará de apresentação. Turrão, teimoso, mas sempre digno. Creio que a chamada providência divina está se equivocando e levando os que nunca deveriam ser levados. Saudades do Walmor.

3. SYLVIO SEBASTIANI

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 12:14 hs

Walmor Marcelino foi revisor e colaborador do meu primeiro livro “Posição do MDB do Paraná” lançado em 1976 e meu colega da Assembléia Legislativa do Estado, onde organizou e foi Presidente do Sindicato dos Funcionários da Assembléia Legislativa.

4. Carlos Molina

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 12:17 hs

ESPERANÇA

Eu não sei por que não somos

desbravantes, caminheiros.

Passageiros da utopia/ mãos dadas, companheiros

Walmor Marcelino

5. Carlos Molina

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 13:03 hs

POEMINHA DO CONTRA

Todos estes que aí estão

Atravancando o meu caminho,

Eles passarão.

Eu passarinho!

Mário Quintana

O Sabiá e o Gavião

…”Mas, tudo na vida passa.

Amanheceu certo dia

O mundo todo sem graça,

Sem graça e sem poesia.

Quarqué pessoa que visse

E um momento refritisse

Nessa sombra de tristeza,

Dava pra ficá pensando

Que arguém tava malinando

Nas coisa da Natureza.”

Patativa do Assaré

6. Marcos Junqueira

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 14:01 hs

Morreu falando mal do Lula e do PT, de sua politica economica e do ajutório do bolsa familia. Morreu decepcionado.

7. Imprensa Pedágio

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 14:25 hs

Comunicamos, com profundo pesar, o falecimento de nosso Diretor de Comunicação WALMOR MARCELINO, insígne militante político que muito contribuiu para as lutas democráticas e de liberdade.

No Fórum Popular Contra o Pedágio deixou seu impagável trabalho que será sempre relevado.

Marcellino será velado a partir das 15 horas desta sexta feira (25)

na capela 3 do cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco, seu corpo será cremado às 9 horas do dia 26.

Fórum Popular Contra o Pedágio

8. Ramsés

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 14:37 hs

Com tanto jornalista veterano se vendendo por 30 moedas, tinha que morrer justamente um jornalista veterano tão decente quanto o Walmor Marcelino?.

9. ISAAC

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 14:57 hs

Guardo com carinho três livros autografados pelo Walmor.

Tive o privilégio de conhecê-lo nos anos 60, na redação do jornal “Ultima Hora”.

Poeta, gostava de uma boa prosa com amigos no café próximo da “boca”. Por dizer o que pensava; protestar contra o que achava errado, principalmente na politica, conseguiu também atrair opositores. Mas, nunca se entregou, mantendo-se sempre fiel a seus pensamentos.

Uma grande figura literária e jornalística que se foi. Uma pena.

10. Ilana Aguiar

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 15:03 hs

Não o conheci, mas se levar em consideração as lições que todos os dias aprendo com uma de suas filhas, com a qual trabalho, entendo que o Sr. Walmor cumpriu exemplarmente sua missão: dignidade, respeito, discrição, justiça e amor ao próximo. Com muita admiração à família, meus sentimentos.

11. Rubens Gennaro

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 15:14 hs

Walmor Marcellino….as ondas do mar, as estrelas do céu e as lutas na terra haverão de te cantar. Enquanto cantam a Esperança…. há !

Haveremos de Cantar !!! Bravo Walmor Marcellino , Bravo Camarada !!!!

12. Carlos Molina

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 15:34 hs

Com grande sentimento de perda recebi a notícia sobre o falecimento do coerente e digno camarada Walmor Marcellino.

Com certeza a família contará com o carinho do apoio e da presença de todos nós nesta despedida, pois o Walmor é merecedor desta uma última homenagem.

O velório será realizado no Cemitério Municipal.

Todos nós que militamos no campo das esquerdas como no campo da luta democrática temos algumas ou muitas boas recordações sobre o importante papel que este imprescindível ser humano desempenhou em prol de Curitiba, do estado, do Brasil e por toda a humanidade, já que ele em sua vida sempre foi um grande exemplo de vivenciamento do internacionalismo proletário.

O poeta Walmor sempre foi um apaixonado pela vida e a viveu com a intensidade de quem conseguiu amar a humanidade, a causa, os camaradas e os amigos, sendo que esses soube sem interesses pessoais, sem falsidades e com grande e humana honestidade conquistar.

Nunca foi homem de meias palavras na defesa das causas em que acreditava as quais dedicou com intensidade a maior parte de sua vida. Mesmo estando com idade avançada e decepcionado com os rumos do país e com a subserviência dos dirigentes populares perante tal grau de falta de rumo soberano em que se encontra o Brasil em relação ao grande capital internacional, como pelo baixo grau de prioridades do governo em relação aos interesses internos nacionais e populares.

Muitos, os “fariseus que em vida habitam sepulcros caiados” por não terem argumentos aceitamente racionais ao não poderem rebater as suas afirmações o rotulavam de tudo. Rótulos que iam desde o chamarem de arrogante, louco, sectário e até de ex-esquerda a serviço da direita, o que significou na reta final de sua vida uma calúnia absurda contra um homem que estando já doente dedicava como sempre dedicou por toda a sua vida ao debate das propostas da esquerda marxista para a humanidade como na organização de seu povo.

A muitos como eu o Walmor ensinou a questionar, a não aceitar nada que viesse pronto, como também a nos aprofundarmos na formação intelectual, já que para conviver perto dele e a debater com ele sempre tivemos que nos preocupar em aumentar o vocabulário em busca dos significados.

Discuti e divergi do Walmor dezenas ou até centenas de vezes e nem por isto ele como eu deixamos de nos relacionar ou nos respeitar enquanto camaradas, pois ele nunca foi de guardar mágoas pessoais como também nunca o vi se vitimar, pois como representante da “setentona geração de aço” era um homem de honra que nunca se permitiu vergar.

Sentimentos a todos que aprenderam a o respeitar e assim o tiveram como amigo leal!

“Sonha e serás livre de espírito… luta e serás livre na vida.”

Che Guevara

Uma lembrança do Walmor:

ESPERANÇA

Eu não sei por que não somos

desbravantes, caminheiros.

Passageiros da utopia/ mãos dadas, companheiros.

Walmor Marcellino

13. Reinoldo HEY

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 17:27 hs

O turco traz boas lembranças do Walmor, do Fábio, do Chain em seu livro “Como eu se fiz por si mesmo”.

Realmente a turma de vocês era ótima., intelectualizada, participante.

Infelizmente eu só conheci pessoalmente o Jamil, O Victo, o Maluf,o Fritz,o Sinval…Dos bons tempos da “propaganda”.

O Walmor, só de vista, mas as referências eram excelentes.

Sem dúvida, vai deixar saudade!

14. DARCY

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 18:30 hs

Perde o Paraná um grande jornalista. Competente, leal, sincero, democrata e que sempre esteve na linha de frente contra o autoritarismo instalado em 1964. Lamentavel a sua perda.

15. Luiz Fernando Esteche

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 18:33 hs

Certamente o Valmor Marcelino será enterrado “na cova comum dos idealistas

onde jazem aqueles que o poder não corrompeu…”, como escreveu o Leminski:

me enterrem com meu coração

na beira do rio

onde o joelho ferido

tocou a pedra da paixão.

16. Cajucy

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 19:26 hs

Sem dúvida, uma grande perda. Um excelente profissional e homem de personalidade. Sincero e honesto, sem meios termos. Firme! Coisa da velha cepa. NOS ANOS OITENTA, num determinado dia eu fui convidado a fazer uma visita a um secretário de Estado – amigo e companheiro de Walmor.

Lá pelas tantas, o ilustre secretário disse: eu gostaria que você – como editor de um dos jornais da Capital – criasse um espaço para um coluna a ser assinada pelo jornalista Walmor Marcelino ou por um psiodônimo por ele escolhido. Estão boicotando o Walmor, concluiu.

O Walmor estava presente e participava da conversa. Na semana seguinte ele passou a ter uma coluna política, sem restrições. E soube usar o espaço com critério, responsabilidade e muita informação de primeira linha.

Já deve estar escalado para influir no Jornal Celestial!

17. Junior

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 23:07 hs

Campana, se der tempo, por favor, corrija a informação, o corpo está sendo velado na capela 01 do Municipal, e não na 03, como a imprensa tem noticiado. Obrigado

18. Francisco Quadros

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 23:25 hs

Fomos colegas na Comuniação Social da Assebleia Legislatva. Com ele muito aprendi depois de décadas de profissão. Não apens em termos profissionis, muito mais. Só ouvir o Walmor já era uma aula.

Dois registros, como homenagem:

>Walmor fumava. Um dia parou. Os colegs de trabalho somente perceberam isso uns três meses depois. Ele parou, e pronto. Não ficou anunciando, lembrando, contando os dias e semanas que havia abandonado o cigarro, como faz a maioria. Alguns colegas fumavam na mesma sala. Nunca ouvi ou Walmor reclamar ou sugerir que os fumantes se tornassem ex, como faz a maioria. Nunca comentou nada. Acredito que de todos os ex-fumantes que conheci, o Walmor foi o único não chato.

>Walmor foi exonerado do serviço público por motivos político-ideológicos. Ele e tantos outros. Depois, comprovada a injustiça, ele e tantos outros foram reintegrados. Para muitos o tempo de afastamento foi contado como de efetivo exercício e logo se aposentaram. Para Walmor, não. Tinha que cumprir expediente para compensar esse período e assim a aposentadoria veio bem mais tarde. Quer dizer, quando o reintegraram corrigiram meia injustça, apenas.

Mas Walmor nunca, ao menos que eu saiba, fez comentários ou queixas quanto a isso.

Assim era o nosso Walmor Marcellino…

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Publicado em: 25/09/2009 17:06


Morre, aos 79 anos, jornalista, poeta e escritor Walmor Marcellino

Redação Portal IMPRENSA

O poeta, escritor e jornalista Walmor Marcellino faleceu nesta sexta-feira (25), aos 79 anos, na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (PR). O jornalista tratava de problemas renais e cardíacos.

"Walmor Marcelino foi um militante persistente, que nunca se desviou de seu caminho. Alguns o chamavam de fundamentalista, mas eu sempre entendi suas atitudes como integridade", afirmou o governador do Paraná, Roberto Requião, fazendo menção ao trabalho do jornalista em combate à ditadura durante as décadas de 70 e 80.

O corpo do jornalista é velado na tarde desta sexta na capela 3 do Cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco. Seu corpo será cremado no próximo sábado (26), às 9h, segundo a Agência de Notícias do Governo do Paraná.

WALMOR MARCELLINO, CULTOR DAS BOAS LETRAS

Enviado por Pizarro

Morreu neste 25 de setembro, em Curitiba, o jornalista, escritor e poeta Walmor Marcellino.

Cultivava as boas letras.

Escreveu uma dezena de livros. Ou mais.

Com todas suas qualidades e muitos defeitos, o jornalista e intelectual Walmor Marcellino sempre esteve à frente de muitos confrades, perdidos em suas limitações e seus sonhos.

Nos últimos anos, aceitava as críticas mordazes que recebia dos colegas de profissão e de alguns poucos históricos comunistas que ainda frequentam a Boca Maldita.

Preocupou-se sempre com as novas gerações privadas de conhecimento completo e objetivo.

Professor Walmor relembrava, aos mais chegados, com muita dor, os dias sombrios de abril de 1964. Apoiou Jango na Presidência da República. Nunca escondeu que foi um governo perigoso e confuso. Elogiou, sempre, os pronunciamentos violentos de Leonel Brizola.

Walmor trabalhou em todos os jornais e revistas de Curitiba. Escrevia de tudo um pouco e bastante.

Sua especialidade eram os editoriais da Gazeta do Povo, o artigo de fundo, a opinião.

“Um jornalista completo” - reconhecia o saudoso Francisco Cunha Pereira Filho.

Walmor, político.No século passado, foi candidato ao Senado.

Durante anos, enfrentou com coragem seu problema de saúde.

Gostava de comer bem. Muito bem. Vinho tinto ou branco, sabia escolher.

Escritor, guerreiro, pensador, polêmico respeitado, catarinense de Araranguá, admirador dos gaúchos pelo seu interesse aos livros e seu posicionamento político… Eis o nosso professor Walmor, 50 anos de Curitiba, 79 de idade.

Dizia que faria 82.

“Não tenho fortuna, mas tenho a decência de um nome!”

Walmor Marcellino, 1930 - 2009.-

José Maria Pizarro

Tags: Pizarro

Postado em sábado, setembro 26th, 2009 as 9:06.

1 comentario sobre “WALMOR MARCELLINO, CULTOR DAS BOAS LETRAS”

1.

zair schuster disse:

setembro 26th, 2009

21:07

Já nos deixa saudades. Era companheiro. Tínhamos opiniões divergentes, mas havia respeito mútuo. Sabia conduzir seus pontos de vista como ele só. Enfim, fica uma

WALMOR MARCELLINO

• Sexo: Masculino

• Local: CURITIBA : PR

Interesses

• Quem sou: poeta? escritor? teatrólogo? (Não estranhe a interrogativa porque não somos nós a qualificar o que fazemos.). Nascido em Araranguá (SC) habitante em Florianópolis

• morador em Porto Alegre (RS) e residente em Curitiba (PR). Ex-jornalista (por 53 nos) ex-servidor público (por 40 anos)

• ex-publicitário

• ex-candidato (PSB em 1986). Total de 26 livros publicados (dois em terminação)

• 3 peças encenadas. Trabalhos esses que anoto como “Previários”

• isto é

• uma prévia para obra madura (não “Breviário”

• resumo

• trabalho breve que é síntese de obra).Talvez seja modéstia (aparente( escrever preliminares à obra desejada

• porque falte aplicação ou maturidade para uma dedicação total; porém afinal não somos nós também um projeto sem termo de pessoa?

WALMOR MARCELLINO


MORRE O JORNALISTA E ESCRITOR WALMOR MARCELLINO

[ 25/09 ]

O jornalista e escritor Walmor Marcellino, da turma das antigas de Curitiba e do Paraná, faleceu na manhã desta sexta-feira (25). Segundo e-mail distribuído pela esposa de Marcellino, Elba, o jornalista faleceu por volta das 9h da manhã.

Marcellino, que desempenhou um papel importantíssimo na retomada pela democracia do país, atualmente militava como coordenador na área de comunicação do Fórum Contra o Pedágio do Paraná. Há algum tempo o jornalista vinha se submetendo a sessões de hemodíalise. Em breve mais informações.

O lirismo & a consciência

Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de maio de 1986

Quem diria, Walmor Marcelino, um romântico?

Jornalista dos mais atuantes na imprensa paranaense há 30 anos, merecedor da admiração e respeito pela coerência e honestidade de seus pontos de vista, de seu comportamento como homem e profissional, Walmor nunca foi de fazer concessões. Em 1964, poucas semanas após o golpe militar de 1º de abril, publicava um corajoso livro de poesias cujo título já traduzia o nojo que sentia pela ditadura que começava no Brasil: "Tempo de Fezes e Traições". Quase que simultaneamente, em outro livro crítico sobre o golpe dos militares ("Sete de Amor e Violência"), incluía um texto amargo, cruel e profundamente político sobre aqueles dias cinzentos.

Intelectual do maior gabarito, apaixonado pelo teatro e literatura, primeiro encenador a dar uma montagem realmente dialética e política a textos de Camus ("Os Justos") e Jean Paul-Sartre ("A Prostituta Respeitosa") nos palcos do Guaíra, ao mesmo tempo que se integrava ao então nascente Centro Popular de Cultura, defendendo uma política cultural destinada a levar a arte as camadas mais pobres, Walmor nunca deixou de fazer sua poesia. Uma poesia honesta, verdadeira - mas sempre voltada ao lado político, a razão, a reflexão - escondendo, assim, muitas vezes, o seu lado lírico, amoroso, suave - que também raros viram atrás de sua fisionomia séria, hostil aos chatos e inoportunos - inimigo claro dos coniventes com o poder.

Hoje, sem arredar um pé de suas convicções, mas por certo com a sabedoria que o virar da casa dos cinqüenta traz, nas 28 páginas de seu mais recente livro ("Confabulário", Dom Quixote, Edição do Autor), deparamos, já na primeira página, com um Walmor otimista - a partir do próprio título do poema - ESPERANÇA

Eu não sei por que não somos

desbravantes, caminheiros.

Passageiros da utopia/ mãos dadas, companheiros

Em cada novo poema de Walmor Marcelino, há um encontro com uma sensibilidade extrema, que, anos atrás, não seria comum em ler em sua obra. Como neste "Um Verso":

O verso ai/Eu e tu, ai/Nos cruzamos

Bailando ao vento/O verso escreve

não fala, ai/que nos amamos

Um verso vive só/o que pensamos

O verso vem depoishttp://palavrastodaspalavras.wordpress.com/2009/09/27/sarava-walmor-por-hamilton-alves-florianopolis/

Que nós vivemos

Walmor nunca buscou aplausos ou elogios em sua obra extremamente pessoal. Nunca se filiou a escolas ou gerações. Faz e trabalha a poesia como trabalha e age em sua vida: uma coerência extremamente pessoal. Possivelmente, não quer interpretações críticas a este seu "Confabulário" (aliás, nem há críticos em Curitiba para tanto). O que importa é que, a sua maneira, ele dá um recado de força, vigor e integridade poética - numa realização plena, trabalhando com as palavras como o melhor entalhador o faz com a madeira.



GRUPO TORTURA NUNCA MAIS DO PARANÁ convida: »

27 Set

SARAVÁ, WALMOR! por hamilton alves / florianópolis

Postado por Equipe Palavreiros da Hora em artigos. Etiquetado:artigos, hamilton alves, literatura brasileira. Deixe um comentário

Conheci Walmor Marcelino há muitos anos, quando ainda a escola, que freqüentávamos, era, como se costuma dizer, risonha e franca. Falo da escola de jornalismo em que iniciamos praticamente juntos, no Diário da Manhã, do Zedar Perfeito da Silva, velho jornalista e escritor.

Ali ensaiamos os primeiros passos dessa atividade para a qual éramos vocacionados e que só largaríamos, como o fez Walmor, no fim da jornada. Carregou bravamente a tocha até o último suspiro.

O jornalismo que fez foi diferente do meu – um jornalismo de linha de frente, de combate pela justiça social, como bem assinala o necrológio feito na edição de ontem deste “blog”.

Marcelino pensava o mundo por um viés humaníssimo. Queria que todos tivessem acesso aos bens da vida e notadamente aos mais preciosos: educação, saúde, habitação, etc. Por isso, sempre combateu ao lado dos fracos e oprimidos com destemor. Pagou alto preço quando imperou neste país o regime militar, sendo preso várias vezes.

Walmor foi sempre fiel aos seus ideais, Não tinha temperamento nem muito menos formação para aderir, por exemplo, à linha burguesa de ação, na qual sabia que militavam os oportunistas, os que querem os cargos não para exercê-los no bem de todos mas no interesse de grupos (tipo Sarney, p. ex.) – só para citar um lídimo representante dessa corrente.

Walmor era um idealista e seu ideal estava colocado acima do cidadão Walmor Marcelino. Colocava-o muito alto, a uma altura quase inalcançável pela maioria de seus concidadãos. Era meio quixotesco na forma como encarava sua brava luta. Sabendo-se quase só ou um dos poucos que ainda alimentavam esse sonho de transformação do mundo pela perseverança ou pela doutrinação desses ideais puros.

Marcelino editou meu primeiro livro – uma pequena novela – a que dei o título de “O velho da aldeia”. Ele o alterou para “O velho e a aldeia”, que lhe dava uma semelhança com a novela de Hemingway “O velho e o mar”. Mas não fez isso deliberadamente; nunca o faria. Deve ter se equivocado. Acompanhei-o até sua casa, em Curitiba, para pegar os trezentos exemplares do livro. Antes havíamos nos encontrado na Ilha e me perguntou: – “Tens alguma coisa para editar?”

Guardava os originais datilografados dessa novela na gaveta fazia um bocado de tempo.

Mostrei-os para o Walmor. Levou-os para editar. Poucos meses depois entrou em contato comigo, informando-me que concluira a edição por sua editora “Hoje”. Fiquei radiante com a beleza, embora artesanal, da edição desse livro.

Há pouco, o Vidal , editor deste “blog”, me convidou para um encontro com ele em Santo Amaro da Imperatriz, onde fora descansar. Mas subitamente teve que retornar a Curitiba. Perdemos essa chance de voltar a nos ver e relembrar os velhos tempos.

Walmor fez grandes amigos aqui na Ilha e certamente em Curitiba, onde morou longos anos, vindo a falecer há pouco.

Era um dessas raras figuras de combatente, de uma só têmpera, de uma só linha, de um caráter inquebrantável na defesa destemida de seus sonhos.

Legará seu exemplo de retidão e de espírito de luta.

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2009

"CABEÇA FEITA" PELO PODER

Ao seu lado, disputando com você um torneio de inteligência e cultura (que você não sabe bem o que e por que) está um dejeto palavroso a passar suas “informações de cocheira” e a expender considerações sobre qualquer assunto em pauta. Observe-o atentamente: não é um figurante nerd alheado de compromissos sociais e responsabilidades civis, é o profissional-cinzeiro que, mesmo sem fumar, acorre a inalar as baforadas do chefe e oferecer boceta para as baganas; tudo ao preço da corte: ser convidado aos desacatos-desabafos da chefia e agir como escoteiro sênior no clube de serviço; tanto faz, pois ele é um dublê de cena no poder ou na rua. Papel carbono de um lado, papa-moscas de outro.

Essa coisa pegajosa luta angustiosamente por ser reconhecido importante: à boca-larga para que o recomendem os superiores, à boca-murcha com a acidez crítica dos indomados quando o assunto lhe faculta aparentar “independência”; e com a bocarra-estrídula na presunção esponjosa .Na verdade ele não tem outro compromisso que não seja puxar saco fingindo espírito livre e crítico. Grosso ou fino, está bem ao lado.

Entrementes, os críticos da política e os juízes da ética sempre atribuíram maiores responsabilidades sociopolíticas às pessoas de melhor formação educacional e cultural, comparados aos incultos e desavisados da ciência; porquanto a ignorância e a ingenuidade são consideradas atenuantes dos erros em face da sociedade e da lei; porém não essa obsequiosa e deprimente má-fé do sabujismo-carreirismo.

O encosto do poder é a gangue dos consócios “políticos”, mas o seu principal suporte são os subservientes. Não a massa, os pobres diabos da “servidão voluntária” sujeita à subalternidade para lograr a sobrevivência, e sim o sorriso atento e obsequioso do oportunista-carreirista cuja opinião é “politicamente ajustada, mais que correta”; ora na boca-surdina das eventuais ressalvas para exibir “independência”; depois quebrado-da-boca a demonstrar medo de censura superior e a seguir com a boca-repique a expor como xérox a sua formatação estereotipada e disponibilidade “delivery”. Enfim, a sociabilidade indistinta nos cobra o preço da interlocução com estes Merds que não têm a ingênua aplicação dos Nerds nem a sua dependência tecnológico-expressiva com alienação civil e falta de caráter interativo.

Entrementes, o pragmatismo adicto à sobrevivência, o oportunismo colado ao individualismo e a racionalização dos ajustes pessoais ao poder econômico-político vêm desfigurando a luta de classes e exaltando a disputa de poder social e político. Essas antinomias se colocam como “base ético-política” dos Merds a contratar suas posições e atitudes no dispensário das relações sociais.

De assim, a história da inteligência aponta convergências entre o modelo do ativista social crítico e os profissionais técnicos e cientistas, numa curva ascendente de responsabilidade política que vai desde a base social a seus modelos; e sempre proporcional aos níveis de entendimento e consciência de classe no seu modo de existência. Os nerds e os merds “correm por fora”, os primeiros como “esquecidos da política” comum; os outros como praticantes da servidão ao poder mas com suposta “inteligência feita” (pelo mando).

Fuja de quem não tem compromissos sociais; abomine os carreiristas como despreze os dogmáticos de quaisquer doutrinas. Pergunte sempre: qual é sua posição? E qual o compromisso que tem com o problema de que fala?

Postado por WALMOR MARCELLINO às 07:06

0 comentários:

Quem diria, Walmor Marcelino, um romântico?


Jornalista dos mais atuantes na imprensa paranaense há 30 anos, merecedor da admiração e respeito pela coerência e honestidade de seus pontos de vista, de seu comportamento como homem e profissional, Walmor nunca foi de fazer concessões. Em 1964, poucas semanas após o golpe militar de 1º de abril, publicava um corajoso livro de poesias, cujo título já traduzia o nojo que sentia pela ditadura que começava no Brasil: Tempo de Fezes e Traições. Quase que simultaneamente, em outro livro crítico sobre o golpe dos militares (Sete de Amor e Violência), incluía um texto amargo, cruel e profundamente político sobre aqueles dias cinzentos.

Intelectual do maior gabarito, apaixonado pelo teatro e literatura, primeiro encenador a dar uma montagem realmente dialética e política a textos de Camus (Os Justos) e Jean Paul-Sartre (A Prostituta Respeitosa) nos palcos do Guaíra, ao mesmo tempo que se integrava ao então nascente Centro Popular de Cultura, defendendo uma política cultural destinada a levar a arte as camadas mais pobres, Walmor nunca deixou de fazer sua poesia. Uma poesia honesta, verdadeira – mas sempre voltada ao lado político, a razão, a reflexão – escondendo, assim, muitas vezes, o seu lado lírico, amoroso, suave –que também raros viram atrás de sua fisionomia séria, hostil aos chatos e inoportunos –inimigo claro dos coniventes com o poder.

Hoje, sem arredar um pé de suas convicções, mas por certo com a sabedoria que o virar da casa dos cinqüenta traz, nas 28 páginas de seu mais recente livro (Confabulário, Dom Quixote, Edição do Autor), deparamos, já na primeira página, com um Walmor otimista – a partir do próprio título do poema – Esperança .

xxxxEu não sei por que não somos

xxxxdesbravantes, caminheiros.

xxxxPassageiros da utopia

xxxxmãos dadas, companheiros

Em cada novo poema de Walmor Marcelino, há um encontro com uma sensibilidade extrema, que, anos atrás, não seria comum em ler em sua obra. Como neste Um Verso:

O verso ai

Eu e tu, ai

Nos cruzamos

Bailando ao vento

O verso escreve

não fala, ai

que nos amamos

Um verso vive só

o que pensamos

O verso vem depois

que nós vivemos

Walmor nunca buscou aplausos ou elogios em sua obra extremamente pessoal. Nunca se filiou a escolas ou gerações. Faz e trabalha a poesia como trabalha e age em sua vida: uma coerência extremamente pessoal. Possivelmente, não quer interpretações críticas a este seu Confabulário (aliás, nem há críticos em Curitiba para tanto). O que importa é que, a sua maneira, ele dá um recado de força, vigor e integridade poética – numa realização plena, trabalhando com as palavras como o melhor entalhador o faz com a madeira. Aramis Milarch

Walmor, segundo Marcelino

Político insciente, poeta menor, teatrólogo sem nomeada, promotor sem significância expressiva e “maestro” convicto de comunicações sociais e debates políticos, ainda que em difusos opúsculos, cadernos e livros de edição própria. Itinerário jornalístico: Diário da Manhã (SC), Correio do Povo (RS), Diário do Paraná (PR), Última Hora (PR), Tribuna da Luta Operária (BR). Presença em livros e peças – Poesia Quixote (Porto Alegre); no Paraná, Os Fuzis de 1894, Os Idos e os Ódios de Março (teatros); Fráguas, Mágoas e Maçanilhas (Travessa dos Editores), Toda a Poesia, Próximas Palvras (poesias); A Guerra Camponesa do Contestado, Contribuição ao Estudo da AP no Paraná (esboços críticos); etc.

Nós acrescentamos: extrema humildade, valor de um homem bom e grande.

Memorial

Walmor Marcelino

Assim um estilete no ouvido

furando o pensamento

e seu fio de memória exposto

ao tempo. Fosse dor atravessada,

nunca no curso interrompida

e consecutiva; roída morte

movendo-se em corpo,

entropia perdida no espaço.

Perfurante itinerário

até a luz nascente das coisas

com a escuridão

de seus propósitos.

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2 Comentários

1. em 26/09/2009 às 5:05 PM vera lucia kalahari

Infelizmente,eu que pertenço a um país tão distante do vosso, não tive oportunidade, neste nosso curto deambular pela terra, de conhecer o vosso amigo Walmor. Foi pena, porque tenho a certeza de que teria ficado mais rica. Mas mesmo sem o ter conhecido aqui, penso, tal como vocês, meus amigos ,deverão pensar, que esta interrogação que passo a fazer, deverá ser feita por todos nós:”…Onde?

…Quando?…Até sempre, Walmor.”

Um abraço a todos. Estou convosco.

Vera Lucia

2. em 28/09/2009 às 9:10 AM Manoel de Andrade

Obrigado, Vera Lúcia, pelo teu aceno fraterno. É realmente essa é a pergunta que todos devemos fazer diante do fenômeno da morte física. Porisso o Walmor terá que rever, nesse Mundo Maior onde agora se encontra, o seu conceito pessoal de finitude, porque há uma dimensão da vida em que os laços do coração, sublimados pelo amor ou pela legítima ideologia, se reatam na imortalidade. “Quando?”…, isso depende das atitudes mentais de cada um, de nossas ações e omissões e portando dos nossos merecimentos, por que a morte não muda ninguém e não nos torna santos, num passe de mágica.

Quanto aos que ficamos é triste dizer que, com as cinzas do Walmor incineraram-se também um poco dos nossos sonhos e das esperanças pelas quais lutamos no passado. Os velhos camaradas estão mudando de residência (como dizia, da morte, Vitor Hugo) e nos ficamos apenas com os rastros indeléveis dos seus gestos, a imagem da sua coerência e com a memória das bandeiras que empunhamos.