segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O modelo de análise da democracia segundo a perspectiva liberal burguesa

A democracia na América Latina está ameaçada segundo grande parte dos intelectuais da ciência política, pelo menos no Brasil. Segundo os teóricos dessa ciência capitaneados pelos grupos de pesquisa do Gacint da USP o modelo de democracia próximo dos países desenvolvidos passa primeiramente pelo Chile e depois pelo Brasil na América Latina.
A Venezuela do presidente Chaves, o Equador de Rafael Correa e a Bolívia de Evo Morales não fazem parte do modelo considerado padrão de uma democracia respeitosa do ponto de vista das instituições e dos meios de comunicação, sem considerarmos que países como o Paraguai e a Argentina também estão no alvo dos ataques dos aparelhos de desinformação capitaneados pelos grandes jornais televisivos e pela cultura pasteurizada introjetada sobre as diversas formas de laser e entretenimento.
A poliarquia adotada pelo cientista político Robert Dahl inspira as investigações e análises das sociedades contemporâneas em termos de organização político institucional por parte dos jornalistas e cientistas políticos brasileiros nas universidades privadas e principalmente públicas.
O modelo escolhido como representativo dessa ideologia consensual em termos de análise política não contempla os referendos organizados pelo presidente Hugo Chavez e a auditoria da dívida pública requerida e colocada em prática por Rafael Correa no Equador.
Desta forma, estamos reféns de um aparelho ideológico televisivo e legitimado por grande parte dos cientistas políticos e economistas das grandes universidades brasileiras.
Isso significa que a intelectualidade está a serviço dos interesses dos grandes potentados detentores do capital que objetivam transformar as ciências humanas em instrumento de consolidação de conceitos e modelos que servem para camuflar as questões cruciais que envolvem a democracia na sua raiz e legitimar o estamento acadêmico e intelectual formal.
Se a prática consiste em travar a democracia através da desinformação e da pseudo comunicação não precisamos de jornalistas, mas sim, de uma comunicação construída com bases sólidas no seio da própria sociedade.

Autor: Marcelo Gonçalves Marcelino

Nenhum comentário:

Postar um comentário